O artigo abaixo foi publicado
pelo site do Correio Braziliense e é de autoria de Diego Amorim.
No Brasil, igrejas católicas e evangélicas movem R$ 21,5 bilhões ao
ano
Do total
arrecadado, 72% vêm de doações. A maior parte do dinheiro está aplicada em
poupança, imóveis e CDBs. Se as instituições fossem uma empresa, ocupariam,
juntas, o 18º lugar no ranking nacional
Por Diego
Amorim
“Não podeis servir a
Deus e ao
dinheiro”
Lc 16, 13
“Porque a
raiz de todos os
males é o
amor ao dinheiro”
I Tim 6,10
A relação
das religiões cristãs com o dinheiro, ao menos abertamente, nunca se deu de
maneira confortável. Antes de a chamada teologia da prosperidade apresentar aos
fiéis a ideia de que graça divina e riqueza são diretamente proporcionais, o
tema só aparecia nos sermões se fosse para ser abominado. Os primeiros padres
definiam o dinheiro, ainda nos idos dos anos 200, como “excremento do diabo”,
sempre associado à vaidade e ao orgulho, pecados mortais capitais.
O fato de
os assuntos financeiros figurarem na lista dos mais sensíveis para os líderes
de igrejas, porém, não impediu que, ao longo da história, as religiões cristãs
acumulassem um patrimônio bilionário. Mesmo com tanto tabu em torno das
sagradas finanças, padres, bispos e pastores precisaram aprender a contar
dinheiro e a se convencer de que, sem ele, a manutenção dos templos, a caridade
e a própria missão de evangelizar ficariam impossibilitadas.
A partir
de hoje, o Correio destrincha a economia movimentada pela fé no Brasil,
revelando como instituições religiosas, favorecidas pela imunidade tributária,
administram o constante volume de ofertas, dízimos e recursos de outras
naturezas. Por dia, as igrejas do país — a maioria católicas e evangélicas —
arrecadam, em média, quase R$ 60 milhões. Somente em 2012, segundo dados
exclusivos levantados pela Receita Federal, R$ 21,5 bilhões entraram nos cofres
divinos. Em relação ao ano anterior, o recolhimento cresceu 4,3%, salto
considerável diante do tamanho do montante.
Quadros
desfavoráveis ou mesmo crises econômicas não costumam atingir a receita das
igrejas. As doações respondem por 72% do dinheiro em caixa. O restante equivale
a rendimentos gerados com aluguel ou vendas de bens, aplicações em renda fixa
ou, em casos mais raros, operações na Bolsa de Valores.
Em geral,
as igrejas têm aversão ao risco e, por isso, optam por políticas de
investimento bastante conservadoras, não priorizando a rentabilidade. A sobra
dos recursos doados às instituições, na maioria das vezes, cai na poupança ou é
aplicada em Certificado de Depósito Bancário (CDB), os dois modelos mais
simples de fazer o dinheiro render. Estratégias ousadas, como a compra e a
venda de ações, normalmente são feitas em nome dos próprios líderes.
O artigo original do Correio
Braziliense poderá ser acessado por meio desse link aqui:
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
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