sexta-feira, 28 de agosto de 2015

COMO ESCAPAREMOS NÓS – PARTE 6



CONTINUAÇÃO

Hebreus 2:3b—4

A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram;

4  dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por distribuições do Espírito Santo, segundo a sua vontade.

As Boas Novas da Salvação então são derivadas do próprio Senhor, cuja obra de medição é totalmente diferente daquela representada pelos anjos. Além disso, o Senhor Jesus é muito diferente dos intermediários humanos que evangelizaram os judeus por séculos. Mas a afirmação do nosso autor tem uma implicação bastante importante para os homens que nos trouxeram o evangelho depois da manifestação de Jesus, que era o Filho de Deus e o próprio Deus.

O verso acima trata duma importante questão que tem a ver com a sucessão apostólica. Segundo nosso autor a verdadeira sucessão apostólica é aquela que tendo se iniciado com Jesus prosseguiu com seus apóstolos e continua em nossos dias por meio de todos nós que estamos envolvidos na proclamação das Boas Novas. Esse é o resumo e a substância dessa passagem, como também afirma o apóstolo Paulo em —

1 Timóteo 2:5—7

5 Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem,

o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos.

7 Para isto fui designado pregador e apóstolo (afirmo a verdade, não minto), mestre dos gentios na fé e na verdade.

Do mesmo modo, o apóstolo Pedro, quando proclamou o evangelho para Cornélio lhe disse o seguinte —

Atos 10:36—42

36 Esta é a palavra que Deus enviou aos filhos de Israel, anunciando-lhes o evangelho da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos.

37 Vós conheceis a palavra que se divulgou por toda a Judéia, tendo começado desde a Galiléia, depois do batismo que João pregou,

38 como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele;

39 e nós somos testemunhas de tudo o que ele fez na terra dos judeus e em Jerusalém; ao qual também tiraram a vida, pendurando-o no madeiro.

40 A este ressuscitou Deus no terceiro dia e concedeu que fosse manifesto,

41 não a todo o povo, mas às testemunhas que foram anteriormente escolhidas por Deus, isto é, a nós que comemos e bebemos com ele, depois que ressurgiu dentre os mortos;

42 e nos mandou pregar ao povo e testificar que ele é quem foi constituído por Deus Juiz de vivos e de mortos.

Essa sucessão na qual a mensagem de salvação foi primeiro anunciada pelo próprio Senhor Jesus e, que foi depois atestada por aqueles que a ouviram dos lábios do próprio Senhor, e que continua sendo transmitida de geração em geração alcançando os cantos mais remotos da terra é bem ilustrada, numa nota autobiográfica escrita por Irineu de Lion, da qual um fragmento foi preservado pelo historiador cristão Eusébio de Cesareia. Irineu que se manifestou durante a parte final da segunda metade do século II d.C., relembra os dias de sua mocidade, quando foi instruído acerca do evangelho por Policarpo de Esmirna — que foi martirizado entre 155 e 156 d.C. —, o qual tinha sido, por sua vez, discípulos do apóstolo João que tinha sido um dos apóstolos do próprio Senhor Jesus Cristo. Irineu escreve:

Eu me lembro dos acontecimentos daqueles dias, melhor do que me lembro de fatos mais recentes. Pois aquilo que meninos aprendem costuma crescer junto com suas mentes numa proximidade muito grande. Desse modo eu sou capaz de me lembra do exato lugar onde o bendito Policarpo costumava sentar e falar. Também me lembro de seus modos ao chegar e partir, e a forma como conduzia sua vida, sua aparecia física, seus discursos para o público, bem como suas narrativas acerca dos encontros que teve com o apóstolo João, e com outros que também haviam visto o Senhor. E à medida que se lembrava das palavras deles, e o que ouviu da parte deles acerca do Senhor, de seus milagres e de seus ensinamentos, tendo recebido tais informações da parte de testemunhas oculares acerca do “Verbo da Vida”, Policarpo relatou todas essas coisas em plena harmonia com as Escrituras. Essas coisas me foram contadas pela misericórdia de Deus para mim. Eu ouvi as mesmas com muita atenção e tomei notas, não em papel, mas no meu coração. E, de modo contínuo eu continuo a lembrar-me delas, por meio da graça de Deus, de modo fiel.[1]    


CONTINUA...

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos. 



[1] Eusébio. The History of The Church in Penguin Classics. Traduzido por G. A. Williams, revisada e ampliada por Andrew Louth,. Penguin Group, London, 1989

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