segunda-feira, 21 de outubro de 2013

REFORMA PROTESTANTE DO SÉCULO XVI — ANO 496 — PARTE 1



Em poucos dias — 31 de Outubro de 2013 — estaremos comemorando o 496º aniversário da Reforma Protestante do Século XVI.

Esse foi, de fato, um movimento inspirado, guiado e sustentado pelo Deus Todo poderoso, pois envolveu uns poucos indivíduos, com uma fé inabalável nas Escrituras Sagradas e na gloriosa presença do Espírito Santo em suas vidas, que abalou até mesmo o mais profundo alicerce do poder dominante da época, a saber, o Sacro Império Romano-Germânico, governado simultaneamente pelo imperador alemão e pelo papa romano.

É nossa intenção ajudar nossos leitores a entenderem melhor esse grandioso movimento e assimilarem a responsabilidade que têm em levar adiante suas premissas básicas:


  • Somente as Escrituras Sagradas como Única Regra de Fé e Prática.
  • Salvação exclusivamente pela graça de Deus sem a participação de nenhuma obra meritória humana.
  • Salvação exclusivamente mediante a fé em Cristo, e isso, como um dom do próprio Deus.
  • Salvação exclusivamente por meio da pessoa e obra de Jesus Cristo.
  • Dedicação de toda a glória devida pela salvação somente a Deus.
Sim, somos herdeiros de verdade maravilhosas, poderosas, salvadoras e transformadoras, e é nosso interesse, nesse e em mais alguns artigos, expor os acontecimentos que em breve iremos celebrar com imensa gratidão a Deus em nossos corações.

I. Europa – Século XVI

Nicolau Maquiavel

O século XVI marcou a Europa com grandes e profundas mudanças em diversas frentes. A renascença iniciada no final do século XV estava em pleno andamento com seu humanismo exagerado que a caracterizavam, cada vez, mais e mais, como um movimento extremamente individualista e autocentrado no ser humano. Falava-se muito na restauração da dignidade humana, há muito perdida pela terrível opressão exercida pelo poder avassalador da Igreja Católica Romana e essa doutrina, melhor definida como Humanismo, foi se espalhando cada vez mais e mais até atingir a própria política, por meio da obra imortal de Nicolau Maquiavel — “O Príncipe”. No fim das contas, nós podemos dizer que o humanismo introduzido pelo renascimento acabou por produzir uma Europa secularizada, bastante distanciada da fé e da revelação contida nas Sagradas Escrituras. De agora em diante o homem se julgava “senhor” de seu próprio destino. Também imaginava, de forma tola, que seria capaz de fazer a história conforme sua imagem e semelhança.

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Mas junto com o advento da renascença e do inevitável humanismo que a acompanhava, o Século XVI também viu florescer o crescimento vertiginoso do poder real, o surgimento de monarquias centralizadoras e a descoberta de novas rotas marítimas e novas terras, inclusive o Brasil. Foi durante esse período de exploração dos novos territórios que quantidades incalculáveis de ouro e prata inundaram a Europa, especialmente a Inglaterra, a Holanda, Portugal, Espanha, França e claro, o Sacro Império Romano Germânico. Foi também durante o século XVI que Nicolau Copérnico publicou sua obra prima — De Revolutionibus — que deu início a todo um movimento que culminou com os avanços que nos conduziram, até onde nos encontramos hoje, em termos da ciência moderna. A urbanização assumiu um ritmo acelerado no Século XVI, bem como o surgimento de universidades por toda Europa. Por fim, não podemos deixar de mencionar a maravilhosa invenção da máquina de impressão com tipos móveis inventada por  Johannes Gutenberg em 1451.

Gutenberg e Associados

Mas apesar de tudo isso, e ainda deixamos muita coisa de lado, especialmente na área da literatura e das artes, o maior, o mais impressionante e, aquele que era pensado como impossível e surpreendente, foi o movimento que chamamos de “A REFORMA PROTESTANTE DO SÉCULO XVI”. A Reforma Protestante causou uma divisão de águas profunda no seio da Europa e obrigou seus cidadãos a se decidirem entre a velha religião Católica Romana e o novo movimento Protestante que propunha, acima de tudo, um relacionamento pessoal e exclusivo com Deus, o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo, o Salvador da humanidade. O movimento da Reforma Protestante foi tão agudo que não deixou nenhuma alternativa para a população da Europa. Infelizmente, como acontece com a história da Igreja desde seus primórdios, havia muito joio crescendo no meio do trigo nos arraias protestantes e isso culminou com terríveis guerras religiosas entre luteranos, protestantes e católicos.

Sacro Império Romano Germânico

II. Os Caminhos da Reforma Protestante

Quais eram, exatamente, as circunstâncias que culminaram com esse poderoso mover de Deus no meio do povo Europeu? Existem vários motivos, como iremos ver em seguida, mas todos eles estavam intrinsecamente relacionados com uma enorme insatisfação com a chamada Igreja Católica Apostólica Romana.

Vaticano 

Em primeiro lugar devemos mencionar que já há muitas décadas, muitos cristãos dedicados sentiam-se profundamente incomodados pela insistente ênfase, cada vez maior por parte da Igreja de Roma, num ritualismo morto e distante da verdadeira necessidade que as pessoas tinham de salvação pessoal. As práticas sacramentais da Igreja de Roma haviam assumido proporções ritualísticas nunca antes imaginadas e já não significavam mais nada para os povos da Europa. Tais ritos estavam completamente desvestidos de qualquer significado que tivesse qualquer valor para os indivíduos. Isso tudo estava, rapidamente sendo colocado em cheque, porque tinha cada vez mais pessoas morando nas cidades e elas podiam observar tais atitudes e comentar umas com as outras.

Brasão do Papado

Em segundo lugar a própria instituição do papado e o próprio papa tinham perdido muito da poderosa influência espiritual que exerciam sobre o povo, por causa do aumento do conhecimento e da crescente secularização. Essa secularização fazia com que até mesmo os bispos e o próprio papa agissem mais como reis e príncipes, do que como guias espirituais, algo que, aliás, a vasta maioria deles já havia abandonado há bastante tempo.

Com a vinda das pessoas para as cidades, ficou mais fácil de ser percebido, por todas as classes, a riqueza acumulada e exibida pela Igreja Romana por meio de majestosas catedrais e palácios episcopais grandiosos. Tal exibição de riqueza, certamente era uma bofetada na cara da vasta maioria das pessoas que não tinham sequer o suficiente para comer. O povo pobre se ressentia, literalmente, da riqueza exibida pelo papado e sua falsa igreja e os ricos, por sua vez, invejavam toda aquela riqueza. Isso é o que acontece quando você pretende seguir a Jesus, mas deseja fazê-lo a seu modo e não em obediência aos ensinamentos do mestre que disse:

Mateus 6:19—21

19 Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam;

20 mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam;

21 porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.

Naqueles dias uma ótima descrição para o que acontecia com a compra e venda de cargos eclesiásticos e principalmente com a nojenta venda das indulgências — perdão temporário de pecados que devem ser pagos no purgatório segundo os falsos ensinamentos da Igreja Católica Apostólica Romana é essa aqui:



Ilustração da Babilônia Conforme Apocalipse 18

Apocalipse 18:11—13

11 E, sobre ela, choram e pranteiam os mercadores da terra, porque já ninguém compra a sua mercadoria,

12 mercadoria de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de púrpura, de seda, de escarlata; e toda espécie de madeira odorífera, todo gênero de objeto de marfim, toda qualidade de móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore;

13 e canela de cheiro, especiarias, incenso, unguento, bálsamo, vinho, azeite, flor de farinha, trigo, gado e ovelhas; e de cavalos, de carros, de escravos e até almas humanas.

Palácio Episcopal de Astorga

Todas essas práticas nojentas conduzidas por homens inescrupulosos por séculos e séculos tinham contribuído para um enriquecimento incalculável da apóstata Igreja Católica Apostólica Romana, e também tinham aberto as portas para o desenvolvimento de novos caminhos de abuso de muitas e variadas maneiras. E essas práticas eram mais fáceis de serem percebidas nas cidades onde existia uma grande proximidade entre o povo a as situações práticas de imoralidades de todos os tipos. Muitos líderes da Igreja Romana ocupavam diversos ofícios e eram muito bem remunerados por cada um deles. A lassidão moral do clero era tão marcante e notória, que ninguém mais podia continuar fingindo que a mesma não existia. A relação de enriquecimento, práticas imorais, venda e prestação de serviços pagos por parte de homens tão impuros, tornou-se abjeta para a maioria da população da Europa. Tudo estava mesmo muito errado.

Riquezas do Vaticano


Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos.

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