domingo, 27 de outubro de 2013

REFORMA PROTESTANTE DO SÉCULO XVI — ANO 496 — PARTE 2



Se você chegou diretamente nessa página, recomendamos que antes de ler essa parte 2, que leia a parte 1 desse artigo que pode ser acessada por meio desse link aqui:


Hoje — 27 de Outubro de 2013 — estamos a 4 dias de comemorar o 496º aniversário da Reforma Protestante do Século XVI.

Continuação

Anticlericalismo

Os abusos que mencionamos na primeira parte desse artigo clamavam por diversas respostas por parte de todos os envolvidos. Por um lado podemos notar que naqueles dias havia uma forte tendência anticlerical. Com isso estamos querendo dizer que existia uma desconfiança e desagrado, bastante notável, voltado contra o clero em geral. Vários grupos começavam a propagar ideias que as pessoas leigas podiam ser tão boas quanto os sacerdotes. Aliás, esse tipo de ideia, já era parte das pregações dos Valdenses iniciadas ainda no século XII. Por outro lado havia muitos clamores para uma reforma completa da Igreja Católica Apostólica Romana. Tais circunstâncias criaram um solo fértil para todos os tipos de conflitos pessoais e sociais.

Os Valdenses

Todavia, a necessidade mais profunda de todas as pessoas era o imenso vazio espiritual que podia ser sentido em todos os cantos da Europa. A Igreja Católica Apostólica Romana, em 12 séculos de domínio sobre a cristandade, havia se tornado em uma monstruosidade em termos de organização, algo que não deve nos surpreender, pelo longo período que já desfrutava dum domínio absoluto sobre os povos da Europa e que estava se expandido, também para outros continentes. A Igreja Romana percebeu desde cedo que sua estrutura, planejada por homens incrédulos, não poderia sobreviver se mantivesse as Escrituras Sagradas como sua única regra de fé e prática. Por esse motivo, aqueles homens perversos adotaram a “tradição” com uma força e valor superior ao das próprias Escrituras Sagradas, e com isso, sentiram-se livres para inventar toda sorte de falsas doutrinas e bizarras heresias. Essa falsa igreja também desenvolveu, com o passar dos séculos, uma complexa lei canônica, bem como uma teologia dogmática repleta de influências do Neo Platonismo e muito distanciada da revelação bíblica. O exato momento em que essas coisas se tornaram concretas foi durante o Quarto Concílio de Latrão realizado em 1215. Foi esse mesmo concílio que também estabeleceu a importância dos sacramentos para a salvação e o superimportante papel dos sacerdotes como os únicos capazes de administrar, de modo válido, os tais sacramentos inventados pelas cabeças pervertidas dos conciliares. Mas o ano 1215 também foi marcado pela invenção de uma das maiores mentiras, com o objetivo de transformar em cativos todos os indivíduos, não apenas durante suas vidas, mas também após a morte dos mesmos. Estamos nos referindo, é claro, à desgraçada e mal formada doutrina acerca do tal PURGATÓRIO. Mas se você acha que tudo isso era muito mal, devemos dizer que as coisas sempre podem ficar piores. Dizemos isso porque foi também nesse terrível ano de 1215 que o Quarto Concílio de Latrão estabeleceu a doutrina exclusiva do romanismo, de que a salvação só poderia ser alcançada pela prática escravizante das seguintes “boas obras”: jejum, castidade, abstinência geral das coisas agradáveis e asceticismo.

Purgatório

Enquanto isso, as pessoas comuns estavam procurando e até mesmo ansiando por uma religião mais imediata, pessoal e, acima de tudo, mais espiritual. Essas pessoas buscavam algo que pudesse lhes falar diretamente ao coração e tocá-las profundamente. Por esse motivo os rituais da velha igreja Católica Romana já não representavam, absolutamente nada, para aquelas pessoas. Elas precisavam de algum tipo de certeza ou garantia que estavam fazendo as coisas certas. Ou seja, elas queriam ter a certeza de que seriam, realmente, salvas. Enquanto isso a Igreja Romana e o Papado, como instituições, não tinham nenhum interesse nem em buscar satisfazer tais necessidades e muito menos em se submeterem a uma reforma. As pessoas queriam algo mais, mas a Igreja Romana não estava disposta a conceder nada. Muitos, nesse contexto, reconheciam a tremenda necessidade de uma completa Reforma na Cristandade em geral. Somente uma reforma de grandes proporções seria capaz de produzir uma satisfação para os anseios profundos das pessoas daqueles dias.

Durante os séculos XIV e XV a Igreja Católica Apostólica Romana, a Senhora do Mundo, teve que enfrentar diversos desafios. Entre esses nós podemos citar:

1. A maioria do povo comum sentia-se abandonada pela Igreja Romana que havia resumido sua missão a proferir missas em latim, geralmente por sacerdotes analfabetos que havia decorado o enredo, e com as costas voltadas para o povo, e arrecadar muito dinheiro com a promessa de livrar as almas de sua maligna invenção: o purgatório.

2. A busca desesperada das pessoas por uma religião que pudesse satisfazer — apesar de nenhuma religião poder satisfazer ninguém, pois apenas um RELACIONAMENTO com Deus pode, de fato satisfazer os mais profundos anseios humanos — e a forte influência do Neo Platonismo, fizeram surgir bandos de “místicos” que buscavam uma iluminação emocional direta vinda da própria divindade, que certamente, não tinha nada a ver com o Deus da Bíblia. Muitos desses eram pessoas muito perturbadas da perspectiva psicológica e costumavam alegar que haviam recebido uma iluminação divina, que lhes garantia a salvação eterna.

3. Por esse tempo também surgiu um movimento filosófico chamado “Nominalismo” o qual enfatizava a realidade de qualquer coisa, desde que fosse concreta e, com isso, lançava a fé numa condição de dúvida.

4. O renascimento humanista acabou rejeitando a fé cristã e passou a adotar o Neo Platonismo e a cultura clássica como parâmetro da verdadeira fonte da virtude e da sabedoria. Ou seja, os seres humanos expulsaram Deus do horizonte e entronizaram a si próprios como guias. Eram, como Jesus disse:

Mateus 15:14

Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco.

Cego guiando cegos

5. O desmantelamento do sistema feudal, com sua ordem “divina” e os descobrimentos de novas terras, introduziram as possibilidades dum comércio intenso, bem como uma tendência crescente de entender a vida aqui e agora, como algo essencialmente bom.

6. Comerciantes e trabalhadores especializados, especialmente pedreiros, vieram morar nas cidades onde enriqueceram e tornaram-se influentes, à medida que prestavam serviços cada vez mais necessários e produziam produtos que deram início à espiral consumista que constinua até os dias de hoje.

7. Os reis da Europa conseguiram consolidar o poder quetinham sobre seus respectivos nobres.

8. Muitos entendiam, como resultado direto das descobertas marítimas, que existia um mundo pagão fora da Europa, que precisava ser conquistado e “domesticado”. Crimes inomináveis, apoiados pela Igreja Católica Romana foram praticados em nome dessas conquistas e “domesticações”.

9. A igreja Católica Romana também estava enfrentando sérios problemas por causa do crescimento da consicência da origem étnica dos povos da Europa que conduzia, inevitavelmente, a um nacionalismo exagerado. Um belo exemplo disso é a chamada guerra dos 100 anos, com destaque para a francesinha Joana d´Arc.

Joana d`Arc


Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos.

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