quinta-feira, 30 de outubro de 2014

PARÁBOLAS DE JESUS - LUCAS 10:25—37 — A PARÁBOLA DO SAMARITANO — SERMÃO 027F — PARTE 006 — O TRANSPORTE ATÉ A HOSPEDARIA



Esse artigo é parte da série "Parábolas de Jesus" e é muito recomendável que o leitor procure conhecer todos os aspectos das verdades contidas nessa série, com aplicações para os nossos dias. No final do artigo você encontrará links para os outros artigos dessa série.

As partes anteriores da Parábola do Samaritano poderão ser encontradas por meio dos links abaixo:

027A — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 1
027B — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 2 — Os Ladrões e o Sacerdote
027C — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 3 — O Levita

027D — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 4 — O Samaritano

027E — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 5 — O Socorro

Sermão 027F

A PARÁBOLA DO SAMARITANO — PARTE 6 — o transporte até a hospedaria

lUCAS 10:25—37

25 E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?

26 E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês?

27 E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo.

28 E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso e viverás.

29 Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?

30 E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.

31 E, ocasionalmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo.

32 E, de igual modo, também um levita, chegando àquele lugar e vendo-o, passou de largo.

33 Mas um samaritano que ia de viagem chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão.

34 E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele;

35 E, partindo ao outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele, e tudo o que de mais gastares eu to pagarei, quando voltar.

36 Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?

37 E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai e faze da mesma maneira.

Continuação

6. O Transporte até a hospedaria
E, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele — verso 34b.

Como tivemos oportunidade de notar, tudo isso poderia ter sido feito pelo sacerdote que também passou por aquele local, montado em seu próprio animal. A frase acima “a sua cavalgadura”, provavelmente serve para nos indicar que além desse animal o samaritano tinha outros animais consigo, provavelmente transportando mercadorias. Se for mesmo esse o caso, então ele se arriscou muito além do que podemos imaginar, porque certamente, suas mercadorias seriam um chamariz adicional para os mesmos ladrões ou para outro bando qualquer.

Depois de acomodar o homem sobre seu próprio animal, um jumento com quase toda certeza, o samaritano conduziu o seu animal, transportando o homem ferido para uma estalagem.

Como não é incomum para os jumentos daquela região transportarem duas pessoas, é possível que o próprio samaritano também estava montado no animal o que lhe permitia segurar melhor o homem a quem estava socorrendo. Isso, certamente fazia o animal caminhar mais lentamente o que aumentava em muito as chances de um novo ataque. Mas o samaritano sabia o que tinha que fazer e não tinha outras considerações!

Naquela sociedade o ato de apenas conduzir um animal e o ato de montá-lo indicavam uma distinção social que todos entendiam. Um exemplo clássico disso está registrado em

Ester 6:7—11

7 E respondeu ao rei: Quanto ao homem a quem agrada ao rei honrá-lo,

8 tragam-se as vestes reais, que o rei costuma usar, e o cavalo em que o rei costuma andar montado, e tenha na cabeça a coroa real;

9 entreguem-se as vestes e o cavalo às mãos dos mais nobres príncipes do rei, e vistam delas aquele a quem o rei deseja honrar; levem-no a cavalo pela praça da cidade e diante dele apregoem: Assim se faz ao homem a quem o rei deseja honrar.

10 Então, disse o rei a Hamã: Apressa-te, toma as vestes e o cavalo, como disseste, e faze assim para com o judeu Mordecai, que está assentado à porta do rei; e não omitas coisa nenhuma de tudo quanto disseste.

11 Hamã tomou as vestes e o cavalo, vestiu a Mordecai, e o levou a cavalo pela praça da cidade, e apregoou diante dele: Assim se faz ao homem a quem o rei deseja honrar. 

Tais atitudes sociais permanecem inalteradas por séculos.

No caso do samaritano, talvez, ele tivesse decidido apenas conduzir o animal com o homem ferido em cima, seguindo ele mesmo, a pé. Isso seria outra demonstração de humildade, de um homem que priorizava ser vir os outros acima de qualquer outra convenção social.

Sua atitude de levar o homem até a estalagem e ficar ali, a noite toda, cuidando dele é mais uma demonstração de amor sacrificial.

Onde ficava essa estalagem? Certamente não no deserto nem à beira do caminho. Mais provável que a mesma estivesse localizada dentro da cidade de Jericó. Diante da “lei do talião” — ver Números 34 e Deuteronômio XIX — o samaritano ao permitir ser identificado transportando um homem, possivelmente um judeu ferido, colocava-se numa condição precária, mas como já dissemos ele sabia de suas responsabilidades para com o outro ser humano — e é isso que Cristo quer enfatizar na história — que todas as outras considerações, inclusive correr risco de vida, são consideradas pelo samaritano como secundárias ou, realmente, sem importância. Na questão da aplicação da “Lei do Talião”, ao existe nenhum tipo de lógica. O clã agredido pode tentar agredir de volta o agressor original, ou um parente próximo, um parente distante e, até mesmo alguém remotamente conectado com o agressor. É tudo muito ilógico e até mesmo imoral. Todavia tal situação ainda é aceita e legislada em certos países do Oriente Médio. O fato do samaritano pertencer a uma minoria odiada apenas amplia a gravidade da sua situação diante de uma possível intenção de vingança por parte dos parentes do homem ferido. O ato de amor do samaritano não faria a menor diferença se fosse descoberto por parentes do homem ferido. Ele não teria a menor chance e seria massacrado. Inobstante todas essas coisas, ele não abre mão de cumprir o que o senso comum de ser humano lhe ordena: cuidar do ferido com toda a dedicação possível.

Se o samaritano estivesse levando em consideração os perigos que acabamos de mencionar, ele teria abandonado o homem ferido na porta da estalagem e teria ido embora. Estando o homem inconsciente desde o início da narrativa que envolve o samaritano, o mesmo, estaria completamente protegido se apenas tivesse abandonado o pobre homem ferido e partido. O samaritano era um perfeito anônimo para o homem ferido. Jamais poderia ser reconhecido. Mas quando ele decide ficar na estalagem a noite inteira, cuidando do homem e sendo visto pelo menos pelo estalajadeiro, a anonimidade se evapora por completo.

A coragem do samaritano pode ser vista nos seguintes pontos:

1. Quando ele para na beira da estrada para socorrer um desconhecido ferido e inconsciente, pois os ladrões ainda poderiam estar nas proximidades.
2. Mas sua verdadeira coragem se manifesta nesse último ato, ao entrar em Jericó e se dirigir para a estalagem e passar a noite toda cuidando do homem ferido.

Mas a questão fundamental não é tanto a coragem e sim o preço que ele está disposto a pagar por se atrever ser tão compassivo. Esse preço ele ira continuar pagando na última parte da nossa exposição que vira depois.

CONTINUA...  



OUTRAS PARÁBOLAS DE JESUS PODEM SER ENCONTRADAS NOS LINKS ABAIXO:

001 – O Sal

002 – Os Dois Fundamentos

003 – O Semeador

004 – O Joio e o Trigo =

005 – O Credor Incompassivo

006 — O Grão de Mostarda e o Fermento

007 — Os Meninos Brincando na Praça

008 — A Semente Germinando Secretamente

009 e 010 — O Tesouro Escondido e a Pérola de Grande Valor

011 — A Eterna Fornalha de Fogo

012 — A Parábola dos Trabalhadores na Vinha

013 — A Parábola dos Dois Irmãos

014 — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 1

014A — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 2

015 — A Parábola das Bodas —

016 — A Parábola da Figueira

017 — A Parábola do Servo Vigilante

018 — A Parábola do Ladrão

019 — A Parábola do Servo Fiel e Prudente

020 — A Parábola das Dez Virgens

021 — A Parábola dos Talentos

022 — A Parábola das Ovelhas e dos Cabritos

023 — A Parábola dos Dois Devedores

024 — A Parábola dos Pássaros e da Raposa

025 — A Parábola do Discípulo que Desejava Sepultar Seu Pai

026 — A Parábola da Mão no Arado

027 — A Parábola do Bom Samaritano — Completo

027A — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 1

027B — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 2 — Os Ladrões e o Sacerdote

027C — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 3 — O Levita

027D — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 4 — O Samaritano

027E — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 5 — O Socorro

027F — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 6 — O transporte até a hospedaria

027G — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 7 — O pagamento final

027H — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 8 — O diálogo final entre Jesus e o doutor da Lei

028 — A Parábola do Rico Tolo —

029 — A Parábola do Amigo Importuno —

030 — A Parábola Acerca de Pilatos e da Torre de Siloé

031 — A Parábola da Figueira Estéril

032 — A Parábola Acerca dos Primeiros Lugares

033 — A Parábola do Grande Banquete

034 — A Parábola do Construtor da Torre e do Grande Guerreiro

035 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 001

036 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 002

037A — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 001

037B — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 002

037C — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 003

037D — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 004 — A Influência do Antigo Testamento

037E — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 005 — Características Cristológicas da Parábola da Ovelha Perdida

037F — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 006 — A importância das pessoas perdidas.
Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos.

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