Mulher caminha por trecho seco do
sistema Cantareira
Luiz Augusto Daidone/ Prefeitura
de Vargem/Fotos_Represa_Vargem-4.jpg
O artigo abaixo foi publicado no site da revista Carta Capital
Perguntas
e respostas sobre a crise da falta de água em São Paulo
Entenda de forma simples e direta
o problema que está afetando os estado e quais são as responsabilidades do
governo estadual
por Redação
A crise de abastecimento que
assola o estado de São Paulo, em especial a capital, entrou de vez no debate
eleitoral nacional. O problema é resultado da falta de planejamento do governo
Paulista diante da – prevista – pior estiagem desde 1953. Hoje, a principal
fonte de captação de água da Região Metropolitana de São Paulo, o Sistema
Cantareira, está com apenas 3% de sua capacidade e, segundo o Datafolha, 67%
dos paulistanos já sofrem com a falta d’água. Tire suas dúvidas sobre a
situação:
A falta de água em São Paulo é “culpa de São
Pedro”, ou seja, de uma estiagem histórica?
Não. A estiagem severa que assola
São Paulo e outras regiões do País era prevista. Veja o que os promotores
afirmam na Ação Civil Pública proposta para barrar a retirada de mais água do
Cantareira: “A significativa redução das precipitações no estado de São Paulo,
outrossim, já era fenômeno detectado há anos, sem que as medidas para a redução
das vazões de retirada tenham sido implantadas pelos órgãos gestores e pela
operadora do sistema produtor (Sabesp), visando à preservação daquele
manancial”.
O que é o
Sistema Cantareira?
Uma Fonte de Captação, ou seja,
um local do qual a Sabesp retira a água que posteriormente trata e vende a seus
clientes. O Cantareira é a principal fonte de captação da Grande São Paulo. Os
outros sistemas que abastecem a região, por ordem de importância, são o
Guarapiranga, o Alto-Tietê, o Rio Claro, o Rio Grand, o Alto-Cotia, o
Baixo-Cotia e o Ribeirão Estiva.
O que o
governo do estado deveria ter feito para evitar a falta de água?
Em 2004, ao receber a concessão
para uso do Sistema Cantareira, o governo de São Paulo e a Sabesp foram
informados sobre a necessidade de planejamento e investimentos em novas fontes
de captação, a fim de evitar a atual crise. Em seu artigo 16, o documento da
concessão estipulava que a Sabesp “deveria realizar em 30 meses estudos e
projetos que viabilizem a redução de sua dependência do sistema (Cantareira)”.
Como a atual crise comprova, isso não foi feito.
O governo
criou algum novo sistema que pudesse compensar a seca do Cantareira?
Não. O Sistema Produtor São
Lourenço poderia ajudar, mas não resolver o problema. O problema é que a sua
implementação, responsabilidade do governo estadual, está atrasada em dois
anos. O São Lourenço colocaria cerca de 5 metros cúbicos por segundo a mais no
sistema de abastecimento. Seria uma boa ajuda. Para se ter uma ideia, o
Cantareira produz 33 metros cúbicos. Além do atraso nas obras, o projeto
licitado pela gestão Alckmin é apenas parte de um projeto maior que deveria ter
sido feito de acordo com os estudos do próprio governo estadual.
O que
mais o governo Alckmin poderia ter feito?
Como tinham sido informados do
problema, a Sabesp e o governo deveriam estar promovendo, há anos, medidas
como: campanhas para o uso racional da água (que ficaram mais fortes apenas
recentemente); mudar o sistema de cobrança, para encarecer a água de quem
desperdiça e dar descontos para quem economizar e, por fim, reduzir o
desperdício no sistema de distribuição (vazamentos etc.).
A Sabesp
é do governo do estado?
A Secretaria da Fazenda do Estado
de São Paulo tem 50,26% das ações da Sabesp. Os outros 49,74% das ações estão
nas mãos de acionistas privados.
Por que
os acionistas da Sabesp receberam bilhões do estado? O governo escolhe quanto
vai pagar?
Quem escolhe quanto os acionistas
vão receber é o conselho gestor da companhia, composto por indicações do
governo. O estatuto da empresa prevê um repasse de até 25% do lucro líquido
para os acionistas, podendo ser menor, a depender da necessidade de aumento nos
investimentos. Nos últimos anos, a Sabesp tem repassado valores acima desse
porcentual aos seus acionistas. Segundo
o Ministério Público, do total de dinheiro enviado aos acionistas, 73% é obtido
com a venda da água retirada do Cantareira. Em 2012 e 2013, o porcentual do
lucro líquido destinado aos acionistas foi o mesmo: 27%, ou 534 milhões de
reais. Em 2011, contudo, o porcentual foi bem maior: 43% do lucro líquido
obtido com a venda de água para a população – o equivalente a 578 milhões de
reais.
O que vai
acontecer, a água de São Paulo vai acabar de vez?
A água não vai acabar de uma vez.
O que vai acontece é que a estiagem deverá perdurar, e enquanto os sistemas de
captação se recuperam será necessário diminuir o consumo, ou seja, teremos de
racionar.
Geraldo Alckmin 'inaugura' o
volume morto do sistema Cantareira, em maio deste ano.
Já existe
um racionamento informal de água?
O governo não admite, mas há
dezenas de relatos na imprensa e nas redes sociais de moradores e empresários
que sofrem com falta sistemática de água em um determinado horário ou com uma
frequência fixa.
O que é o
volume morto? Ele vai pode durar mais quanto tempo?
O volume morto, ou reserva
técnica, é o volume de água que está abaixo do nível de captação das represas.
São as partes mais profundas das represas que formam o Sistema Cantareira. Sem
novas chuvas e mantido o atual nível de consumo, deverá durar, no máximo, até
os primeiros três meses de 2015.
O que é
ANA? E o Daee?
A ANA é a sigla de Agência
Nacional de Águas, órgão ligado ao governo federal e responsável por
“implementar e coordenar a gestão compartilhada e integrada dos recursos
hídricos e regular o acesso à água”. O Daee é o Departamento de Águas e Energia
Elétrica do governo do estado de São Paulo.
A Ana
“manda” no governo estadual?
Não. Ela deve fiscalizar a
utilização dos recursos hídricos em todo o Brasil, porém, sem poder de
ingerência sobre estados ou municípios.
O verão
está chegando. As fortes chuvas destas épocas não vão resolver o problema?
Como foi explorado além do que
suportaria, o Sistema Cantareira pode não conseguir se recuperar totalmente com
as chuvas de verão, o que deverá comprometer o abastecimento na próxima estação
seca.
O artigo original da Carta
Capital poderá ser visto por meio desse link aqui:
NOSSOS COMENTÁRIOS
1. E a população de São Paulo
reelegeu Geraldo Alkmin no primeiro turno, um homem que enganou toda a
população do estado quanto à verdadeira situação da questão da água no estado
de São Paulo.
2. Conselho do diretor Massato daSABESP
diante dessa situação: “Em seguida, o diretor metropolitano diz de forma
enfática que vai acabar a água no Estado e que os moradores deveriam ir para
outras regiões se pudessem. “Essa é uma agonia, uma preocupação. Alguém brincou
aqui, mas é uma brincadeira séria. Vamos dar férias [inaudível]. Saiam de São
Paulo, porque aqui não tem água, não vai ter água para banho, pra limpeza da
casa, quem puder compra garrafa, água mineral. Quem não puder, vai tomar banho
na casa da mãe lá em Santos, Ubatuba, Águas de São Pedro, sei lá, aqui não vai
ter”, conclui Massato.
A frase original de Massato
poderá ser vista por meio desse link aqui:
3. Mas ninguém precisa se
preocupar: o Apóstolo Valedmiro Santiago profetizou que vai chover tanto no
Estado de São Paulo que as represas vão encher. Ver essa profecia por meio
desse link aqui:
Que Deus tenha misericórdia de
todos nós que moramos no Estado de São Paulo.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa
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Desde já agradecemos a todos.
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