Esse é um estudo especial que irá abordar temas de grande interesse, tais como: 1. Deus 2. Os seres humanos e o mundo criado 3. Jesus e Sua missão como o CRISTO. 4. O Espírito Santo. 5. A vida cristã. 6. A Igreja. 7. O futuro e etc. Esperamos que a mesma possa ajudar todos os nossos leitores a conhecerem melhor o que o Novo Testamento ensina acerca de tudo o que nos é importante.
INTRODUÇÃO GERAL
CONTINUAÇÃO:
Durante todo o período que
sucedeu, imediatamente, a reforma e até o raiar da doutrina filosófica chamada
de Iluminismo, a teologia protestante ainda não havia chegado ao entendimento
de que a Revelação de Deus era progressiva e, com isso, a Bíblia era usada
apenas como um profundo poço contendo textos de prova que serviam para
sustentar as posições doutrinárias mais diversas. Todas as confissões de fé
produzidas depois da Reforma, inclusive as massivas decisões do Concílio de
Trento da Igreja Católica Romana, se apegaram às Escrituras para provarem que
seus sistemas doutrinários estavam certos.
A ideia de uma teologia do Novo
Testamento era naqueles dias algo completamente impensável. Isso acontecia porque
os estudiosos daqueles dias estavam acostumados a enxergarem Cristo de uma
mesma maneira, independente de qual dos Testamentos — Antigo ou Novo —
estivessem usando. A unidade das Bíblia como entendida por eles impedia o
desenvolvimento de uma teologia focada exclusivamente no Novo Testamento. Mas a
questão mais grave desse período dizia respeito ao fato de que não existia
nenhuma consideração pelo background histórico sobre o qual a Teologia Cristã —
não judaico cristã[1]
— podia ser desenvolvida. Naqueles dias o contexto das afirmações encontradas
nas Escrituras Sagradas era menos importante do que o conteúdo da Escrituras em
si mesmas. Com isso, a exegese ou interpretação das Escrituras Sagradas estava
sempre subordinada a considerações dogmáticas.
UM POUCO DE HISTÓRIA
Durante a Dieta de Worms,
realizada em1521, Martinho Lutero fez a seguinte afirmação: “Minha fé não se
fundamenta nem no Papa, nem nos concílios, mas somente nas Sagradas Escrituras
e em argumentos inequívocos”. De modo semelhante, muitos outros reformadores
fizeram afirmações parecidas proclamando as Escrituras Sagradas como a única
autoridade em contraposição às doutrinas esposadas pela Igreja Católica Apostólica
Romana — doravante sempre denominada pelo acrônimo ICAR. Foi assim que a Bíblia
foi colocada no centro da vida das pessoas, bem como das igrejas, pelo menos da
perspectiva hipotética, como a única regra de fé e prática. Não demoraria muito
para que as confissões de fé viessem a ocupar um lugar — mano a mano — ao lado
das Sagradas Escrituras. Tais confissões, quase todas verdadeiras abominações em nossa
opinião, eram consideradas como a única interpretação 100% correta das
Escrituras Sagradas. Daí não é difícil entendermos, porque cada denominação
logo procurou desenvolver sua própria confissão a qual, em muitos casos e com o
passar dos anos tornou-se mais importante que a própria Bíblia.
Todavia, é importante frisarmos
que tanto para os reformadores originais como para a teologia protestante
posterior, a chamada “Doutrina da Bíblia” estava plenamente de acordo com os
ensinamentos da fé e das confissões da Igreja Antiga.
Mas o próprio Lutero já havia se
dado conta, ao traduzir o Novo Testamento para o idioma alemão em Wartburg,
entre os anos de 1521—1522 — de que existiam “contradições” nos textos sagrados
— contradições essas que serão devidamente explicadas tanto nessa série como na
série de INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO, bem como na série COMO O NOVO
TESTAMENTO CHEGOU ATÉ NÓS — entre os manuscritos que estavam disponíveis para
ele naqueles dias. A grande maioria desses manuscritos era relativamente
recente, e haviam sido produzidos de forma massiva nos mosteiros bizantinos.
Por outro lado, a própria falta de entendimento de Lutero, o fazia pensar que
havia contradições entre as epístolas de Tiago e Hebreus por um lado e as
epístolas paulinas por outro lado. Lutero escreveu sobre suas “descobertas” no
prefácio da sua tradução finalizada em 1522. Mas as supostas descobertas de
Lutero não tiveram nenhum impacto, porque a convicção de que Escrituras Sagradas
eram em si mesmas a autoridade exclusiva para a vida tanto do crente quanto da
igreja transformava-se, automaticamente, num gigantesco obstáculo para a
aceitação das chamadas “contradições” de Lutero, por parte das igrejas
protestantes. Essa também foi a razão preponderante, porque no âmbito da
teologia protestante, mais de dois séculos se passaram após a morte de Lutero,
até que surgisse uma exposição dos ensinamentos da Bíblia que fosse,
totalmente, independente de qualquer tradição eclesiástica, mas que respeitasse
a peculiaridade das Escrituras Sagradas. É fato que já no século XVII muitos já
tinham produzido escritos bíblicos que receberam o nome de “Teologia da Bíblia”,
mas todos esses livros não passavam de meras compilações de passagens bíblicas,
com a finalidade de fundamentarem a dogmática considerada ortodoxa.
CONTINUA...
TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 008
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Que Deus abençoe a todos
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem
que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
[1]
Esse autor considera uma grande bobagem o uso, cada vez mais comum, da expressão
judaico-cristã e outras semelhantes pelo seguinte fato: A fé cristã tem tudo a
ver com a firmação de que Jesus é Deus. O judaísmo tem tudo a ver com a negação
absoluta de que Jesus é Deus. Portanto, quanto antes aprendermos a separar a fé
cristã do judaísmo, melhor será para todos nós.
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