Essa é série de estudos baseada em João capítulo 17 que é conhecido como: “A ORAÇÃO SACERDOTAL DE CRISTO” a favor de todos os seus discípulos de todas as épocas. É um estudo bastante aprofundado de João 17 e de todas as suas implicações. É bastante conveniente que o leitor prossiga nesses estudos até o final para poder usufruir melhor do conteúdo dos mesmos. No final de cada estudo o leitor encontrará links para os outros estudos.
CONTINUAÇÃO...
II. O Senhor Jesus ora para que os crentes sejam guardados tanto do Mundo quanto do Diabo.
João 17:15
Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal.
A. Jesus esclarece sua oração a nosso favor: “Não peço que os tires do mundo”
Esta passagem nos ensina que estamos neste mundo porque essa é a vontade de Deus. Muitas das tentações, das provações e dos problemas que enfrentamos, não são, necessariamente, fruto de nossas próprias faltas. Deus tem um propósito para cada um de nós que Ele permite viver neste mundo.
Nós não podemos, em nenhuma hipótese, ver as provações e as tentações que nos sobrevêm, como uma indicação de que Deus não nos ama. Por outro lado nós também não podemos ver nestas coisas — tentações e provações — estarmos sendo castigados por algum pecado que tenhamos cometido! Deus pode, simplesmente, estar querendo nos ensinar como receber sua graça para uma situação específica ou em como resistir a uma tentação ou ainda como viver graciosamente no meio de uma tribulação.
A maioria dos crentes enxerga os problemas que enfrentamos nesta vida como males desnecessários. Todas as vezes que nossa ótica for essa nós vamos nos encontrar “chiando, murmurando, reclamando e até mesmo acusando Deus” pelos males. Quando não aceitamos a vontade de Deus acabamos nos tornando “neuróticos”, pois desejamos fazer com que as situações se comportem de modo a satisfazer nossos desejos pessoais.
1. Deus tem nos deixado neste mundo por várias boas razões.
A. Deus quer que saibamos distinguir entre o bem e o mal —
Hebreus 5:14
Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal.
B. Deus quer que saibamos receber Sua graça e sabedoria para enfrentarmos as tentações e as dificuldades espiritualmente —
II Coríntios 12:7—10
7 E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte.
8 Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim.
9 Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.
10 Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.
C. Deus quer que saibamos distinguir que coisas nos são trazidas por Deus e que muitas coisas chegam a nos são trazidas pelo inimigo —
Tiago 4:7
Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.
2. A razão deste pedido iluminada – “...os guardes do mal”.
A referência ao “mundo” nesse contexto da oração sacerdotal de Jesus se relaciona com a cultura ao nosso redor que tem sido desenvolvida por incrédulos (não crentes) sob a direção de Satanás – o deus deste século ou mundo –
Efésios 2:2—3
2 Nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência;
3 entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais.
Nossa cultura reflete, de forma particular, nossas prioridades pecaminosas, nossos alvos equivocados, nosso egoísmo e nossa sociedade fortemente baseada em sensualidade e cobiça –
1 João 2:15—17
15 Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele;
16 porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.
17 Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.
3. Esta visão não bíblica da vida no mundo, constitui-se em uma ameaça dupla para todos os crentes:
Quando vivemos como o “mundo” a palavra de Deus é sufocada.
Mateus 13:22
O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera.
Essa condição trágica tem se tornado a característica de cada um de nós em maior ou menor grau! É impossível querermos viver de acordo com o mundo e não colhermos a resultante falta de poder que esta atitude produz em nossas vidas. Isto se relaciona, basicamente, a três áreas das nossas vidas: nosso dinheiro, nosso tempo e nosso empenho. Todas as vezes que nos concentramos em uma prioridade errada nós falhamos miseravelmente em nos concentrar em outra prioridade mais valiosa. Quando agimos assim nós desobedecemos ao Deus da Bíblia e nos tornamos infrutíferos naquela área específica.
a. Quando vivemos como o mundo nos tornamos egoístas.
b. O egoísmo é a característica maior da vida vivida para e pelo pecado —
1 João 2:16
Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.
c. Esta falha de caráter é a característica maior de cada ser humano.
d. Os crentes podem e muitas vezes são puxados para este padrão de vida mundano. Isto acontece quando somos ignorantes acerca da vida cristã e da Bíblia, ou quando adotamos lentamente as prioridades erradas ou quando somos seduzidos pela influência de pessoas que são importantes para nós.
3. O Conteúdo e o significado da oração de Jesus.
a. Esta oração não ensina que o crente está imune de tentações.
b. Esta oração não ensina que o crente não pode ser seduzido profundamente pelo mundo, com todas as devastadoras consequências que isso produz especialmente no campo da frutificação — dar frutos como cristão.
c. Esta oração ensina que sabedoria e poder divinos estão disponíveis para os crentes e que não precisamos, necessariamente, sermos engolidos pelas tentações e pelo mundo. Nós podemos optar por receber socorro e viver livre da opressão deste sistema que a Bíblia chama de mundo —
1 Coríntios 10:13
Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.
d. Essa oração ensina que — mesmo que o crente caia — o mundo e o mal não obterão vitória definitiva contra ele. O crente pode arruinar sua vida cristã tendo as prioridades erradas e os alvos errados, mas em nenhuma hipótese ele será definitivamente “capturado” pelo mundo ou pelo diabo.
III – O Senhor Jesus ora para que os crentes tenham a Sua alegria.
João 17:13
Mas, agora, vou para junto de ti e isto falo no mundo para que eles tenham o meu gozo completo em si mesmos.
A. A ocasião em que a oração foi feita — Os crentes, objeto da oração, estavam vivendo no mundo e enfrentando dias difíceis.
1. O Senhor Jesus é compassivo e se preocupa com aqueles que são seus. Ele sabe o quão difícil será viver a vida cristã de forma genuína. Enquanto estava com eles, Jesus os protegeu diretamente do antagonismo que tinham que enfrentar. Mas agora o Senhor estava partindo, e com exceção da provisão do Espírito Santo, eles iriam, em breve, experimentar toda a brutalidade da perseguição e intolerância religiosas. O Senhor Jesus ora por eles.
2. A presença do Espírito Santo na vida dos crentes era de primordial importância. Através da presença do Espírito Santo seria possível experimentar uma comunhão profunda com a alegria — gozo — do Senhor. Esse benefício espiritual serviria para fortalecê-los, guardá-los em tempos de tentações e prover a motivação que eles precisariam para obedecer com determinação a palavra de Deus.
B. A provisão contida em Sua oração “...e isto falo...”
1. Essa expressão “e isto falo” se refere a todo o conteúdo encontrado em João 14 a 16.
a. Nós podemos ter alegria — porque o Senhor Jesus iria enfrentar e vencer a cruz e depois iria para o Pai para preparar um lugar para nós — João 14:1—11.
b. Nós podemos ter alegria — porque o Senhor Jesus prometeu enviar o Espírito Santo — João 14:12—20.
c. Nós podemos ter alegria – porque nós estamos unidos ao Senhor Jesus como os ramos estão unidos com a vinha ou parreira — João 15:1—11.
d. Nós podemos ter alegria — porque agora nós podemos orar diretamente ao Pai no nome do Senhor Jesus — João 16:15—24.
e. Nós podemos ter alegria — porque, através do dom — presente — da vida eterna nós podemos ter comunhão hoje e por toda eternidade com o Pai e com o Senhor Jesus —João 17:1—3.
f. Nós podemos ter alegria — porque o Senhor Jesus ora por nós e por intermédio da Sua oração nós sabemos que seremos preservados — João 17:4—12.
C. É da maior importância que entendamos a base que sustenta a alegria — gozo — a qual o Senhor Jesus se refere nesses versículos. Em primeiro lugar não tem nada a ver como nossas emoções e nem com nossas circunstâncias. Essa alegria está baseada no nosso relacionamento como o Senhor Jesus e nas seis provisões mencionadas acima.
D. Quando aceitamos nessas verdades — e as colocamos em prática através do amor e da fé, que são decisões — então podemos experimentar o gozo — a alegria — mencionado por Jesus.
1. Precisamos rejeitar o desânimo, a rebeldia, a passividade e etc. Precisamos aceitar a alegria oferecida.
2.Clamar ao Senhor pela Alegria que Ele nos oferece através da salvação.
3. Escolha — tomar uma decisão — viver cada dia como se você estivesse inundado pela alegria do Senhor, mesmo que não esteja sentindo isso. A escolha implica em viver de acordo com a verdade e pela fé.
E. O Conteúdo da oração – “...o meu gozo completo em si mesmos...”
1. A alegria do Senhor implica, simplesmente, em se alegrar com o Senhor — estar na presença dele permanentemente — e se alegrar com as coisas que agradam o Senhor.
a. Deus se agrada quando obedecemos a Sua palavra —
1 Samuel 15:22
Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros.
b. Deus se agrada quando fazemos coisas voluntárias para Sua obra —
1 Crônicas 29:17
O tempo que reinou sobre Israel foi de quarenta anos: em Hebrom, sete; em Jerusalém, trinta e três.
c. Deus se agrada com nossa reverência e temor a Ele —
Salmos 147:11
Agrada-se o SENHOR dos que o temem e dos que esperam na sua misericórdia.
d. Deus se agrada do nosso relacionamento com Ele —
Salmos 149:4
Porque o SENHOR se agrada do seu povo e de salvação adorna os humildes.
e. Deus se agrada das nossas orações —
Provérbios 15:8
O sacrifício dos perversos é abominável ao SENHOR, mas a oração dos retos é o seu contentamento.
f. Deus se agrada quando exercitamos a misericórdia — amor em forma prática —, o juízo — julgamento — e a justiça — aquilo que é certo. Lembre-se que muitas vezes coisas que são legais não são justas! Existem muitas leis injustas —
Jeremias 9:23—24
23 Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas;
24 mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR.
g. Deus se agrada de nos conceder dons distintos para ministrarmos uns aos outros —
1 Coríntios 12:18
Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve.
h. Deus se agrada quando nos sacrificamos a favor uns dos outros —
Filipenses 4:18
Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus.
i. Deus se agrada de nossos louvores e ações de graças —
Hebreus 13:15
Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome.
j. Deus se agrada quando praticamos o bem e cooperamos uns com os outros —
Hebreus 13:16
Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz.
F. Em meio a todas essas coisas precisamos entender que a alegria do Senhor é um sub produto. Quando decidimos manifestar em nossas vidas diárias, estas coisas que sabemos, agradam ao Senhor, e as praticamos em fé e esperança podemos experimentar a alegria do Senhor em toda sua plenitude.
A oração de Jesus deve ser a base para decidirmos viver em fé, amor e esperança a vida cristã.
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Alexandros Meimaridis
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