segunda-feira, 15 de junho de 2015

EDUCAÇÃO CRISTÃ - ESTUDO 006 - A Igreja Cristã no Brasil no Século XXI - INTRODUÇÃO



Titanic - Uma perfeita descrição do futuro do povo chamado evangélico no Brasil

Ministérios da Igreja


I - Uma Herança Amarga – Nosso Modelo Importado – Os Colonizadores vêm em nome de Deus.

 (No Brasil, as igrejas de origem reformada — luterana, presbiteriana, menonita, anglicana e etc. —, bem como as de origem evangélica — metodistas, batistas, congregacionais e etc.—, ainda, nos dias de hoje, estão devendo o desenvolvimento de uma teologia e prática que reflitam um entendimento do Novo Testamento aplicado às condições brasileiras. Ainda hoje funcionamos, em grande parte, influenciados pela herança que recebemos dos missionários estrangeiros, principalmente aqueles vindos da América do Norte[1]. É da maior importância que o leitor esteja informado que este trabalho pode lhe ser grandemente ofensivo se o mesmo for americanófilo[2]. O resultado desta influência tem se revelado no reducionismo que podemos ver nas igrejas em que o cristianismo foi identificado com um padrão de vestimenta, mais adaptado aos climas do hemisfério norte, e a um padrão de conduta reduzido a não fumar, não beber e não frequentar bailes ou cinema. De fato, alguns críticos[3], têm indicado que a única pergunta que realmente importa neste tipo de Cristianismo é: ”Você já aceitou a Jesus como seu Salvador pessoal?” Na segunda parte do século XX vimos uma aceleração no processo de degeneração da verdadeira fé cristã, no Brasil, por dois motivos principais.

O primeiro foi a grande expansão da pregação do evangelho motivada e financiada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos da América como uma forma de conter a expansão comunista em toda a América Latina[4]. O raciocínio por trás daqueles que eram sustentados por tal iníqua aliança era a de que os fins — a pregação do evangelho —), justificavam os meios — o dinheiro vindo do contribuinte estadunidense via Departamento de Estado.[5] De fato, juntamente com a pregação do evangelho se advogava o capitalismo estadunidense e seu expoente maior que é “o american way of life”, — ainda hoje existem inúmeros missionários estadunidenses que acreditam, piamente, que o padrão ou forma de vida deles é a melhor que existe! A pregação posta em prática, por tais homens e mulheres, em sua grande maioria, era eivada de enorme hipocrisia, já que os missionários estrangeiros viviam de forma nababesca —quando comparados à maioria do nosso povo —, ao passo que pregavam o evangelho às classes paupérrimas deste Brasil. A situação era tão ridícula que guardo na lembrança dois comentários feitos por dois irmãos em momentos distintos. O primeiro, comentando a contradição inerente acima mencionada, disse que: “os missionários americanos ensinavam às lavadoras de roupas nas beiras dos rios acerca dos benefícios físicos de se lavar as roupas com as próprias mãos. E que, para serem melhor ouvidos, costumavam proferir tais ensinos com um pé em cima duma máquina de lavar e o outro em cima duma máquina de secar”. O segundo irmão não conseguiu evitar o impacto que sentiu ao visitar a Estância Palavra da Vida e após ver as casas de vários missionários falou em tom zombeteiro que “na próxima encarnação gostaria de voltar como missionário estadunidense para o Brasil”.

O controle da expansão do Evangelho no Brasil, durante todo o século passado e ainda no início deste novo, esteve firmemente seguro pelos estrangeiros, pois eles controlam o grosso do dinheiro bem como as instituições educacionais e as editoras. Ests controle é exercido de maneira cabal. Qualquer voz discordante ou mesmo crítica será devidamente silenciada. Centenas, milhares talvez, de jovens brasileiros dispostos a servir o Senhor foram brutalmente massacrados porque ousaram desafiar os donos do poder[6]. Nossas práticas religiosas refletem claramente os conceitos de colonizadores e colonizados. O resultado direto desta dominação pode ser visto, de maneira exemplar, na história editorial das casas publicadoras da segunda metade do século passado. Nesta história temos que destacar que a grande maioria das editoras chamadas evangélicas, pelo menos as mais relevantes, foram e muitas delas continuam sendo controladas por estrangeiros, estadunidenses, em sua grande maioria.[7] Assim, em parte pela nossa própria fraqueza e em parte pela situação que estamos descrevendo, nos foi imposta uma ditadura literária que tem dominado o cenário e comandado a teologia que se praticou nos últimos 70 anos.

Começando com o boom causado pelo livro de Ray Stedman — A Igreja Corpo Vivo de Cristo —, e passando por Hal Lindsey —A Agonia do Grande Planeta Terra — e todos os falsos mestres que saíram do Seminário de Dallas, os quais inundaram o mercado com seus livrinhos acerca das profecias bíblicas, que usaram e abusaram da instabilidade no Oriente Médio para vender milhões de livros; por Larry Coy e seu curso “Conflitos da Vida” que ensinava que a autoridade estava baseada em uma estrutura hierárquica militarizada, que foi muito bem apropriada pelos estrangeiros, que sempre se consideraram os “oficiais”, enquanto nós não passávamos de “soldados rasos” e onde não havia espaço para o ensino genuinamente cristão da autoridade baseada na atitude de serviço; por James Dobson e seus ensinamentos baseados exclusivamente no bom senso, sem nada de novo, portanto; por Tim e Beverly LaHaye que espiritualizaram os conceitos Socráticos dos temperamentos e tentaram nos ajudar a fazer sexo melhor — Temperamentos Transformados pelo Espírito e O Ato Conjugal —; por Juan Ortiz, que foi o primeiro idealizador dos cultos diários e dos grupos de células, ainda que ele não tivesse usado tal terminologia; por Peter Wagner e suas teorias acerca do crescimento da igreja baseado no que ele mesmo chamava de um “novo fundamento”; por James Kennedy e seu (ai) Evangelismo Explosivo; por Robert Schüller e o Pensamento da Possibilidade que ressuscitou as idéias já mortas de Norman Vincent Peale; por John Wimber que associado a Peter Wagner nos brindou com o Evangelismo de Poder, reeditado recentemente por Jack Deere — Surpreendido pelo Poder do Espírito —; por Rebecca Brown, Rick Joyner, o romancista Frank Peretti e novamente Peter Wagner que nos ensinaram tudo que sabemos acerca de batalha espiritual, endemoninhamento de cristãos, quebra de maldições e demônios territoriais; por Kenneth Hagin Sênior e Júnior e Kenneth e Gloria Copeland que foram no século XIX e ressuscitaram o neo-gnosticismo de E. W. Kenyon. Não dá sequer para dizer que eles plagiaram já que tudo não passa de cópia dos escritos de Kenyon mesmo[8]; por Bill Hybels e Rick Waren que tentam reciclar as teorias de Peter Wagner acerca do crescimento da Igreja mediante o que está sendo chamado de “evangelismo efetivo”, com ênfase na igreja para a classe média e um verdadeiro flerte com a modernidade onde se procura fazer a “igreja crescer” através da utilização de práticas gerenciais, do marketing, das ciências do comportamento humano e das comunicações; e finalmente, por César Castellanos e suas teorias acerca de sonhar e ganhar o mundo. É curioso notarmos que este período começa com um autor — Ray Stedman — que chamava o bendito Espírito Santo de “o poder da ressurreição” e termina com outro — César Castellanos — que O chama de “o especialista”. E eu me atrevo a perguntar: o que há de errado com a expressão CONSOLADOR? Agora, em tempos mais recentes, tomamos conhecimento de um livro escrito por Peter Jones[9] — um inglês radicado nos Estados Unidos e que tem uma agenda política bem definida — que chama de “esquerda espiritual” tudo que está associado à Nova Era, doutrinas que vão do neo-gnosticismo, ao xamanismo, ao espiritismo e etc. Ou seja, tudo que não presta é de “esquerda”! Estariam de volta as relações inconfessáveis? Ou nosso autor é apenas um inocente imbecil nesta argumentação? Entre suas pérolas gostaria de destacar a seguinte: Peter Jones chama de “namorico” o relacionamento promíscuo que existia entre a primeira dama Nancy Reagan — ela pertence à direita política — e os astrólogos que pululavam dentro da Casa Branca quando seu marido era o presidente dos Estados Unidos; por outro lado ele chama de “bruxaria” as sessões espíritas promovidas por Hillary Clinton — ela é considerada como pertencente à esquerda política — quando seu marido era o presidente. Não senhor Jones, as duas mulheres, certamente praticaram coisas detestáveis ao Deus verdadeiro e seus maridos, os ex-presidentes Ronald Reagan e William (Bill) Clinton, seriam, nas palavras do professor do Massachusetts Institute of Technology, Noam Chomsky, enforcados, se fossem julgados por crimes praticados contra a humanidade pelos mesmos critérios usados no tribunal de Nuremberg, que julgou os nazistas após o término da Segunda Guerra Mundial![10] Mas isto não é tudo. Peter Jones acredita piamente que a Cristandade e a Civilização Ocidental são dignas de serem preservadas já que, na opinião dele, a Civilização Ocidental está edificada sobre a estrutura da civilização bíblica e do teísmo cristão. Será mesmo?

Além de tudo o que mencionamos até aqui, a última onda importada diretamente das terras do Tio Sam são os livros da assim chamada “auto-ajuda”. Esses livros procuram imitar e repetir o sucesso que tais obras fazem na cultura mundial. Ou seja, estamos tentando imitar o mundo porque o que o mundo faz é bem sucedido, vende e dá lucro. No meio de tudo isto, não podemos nos esquecer da influência deletéria de falsos messias como Jimmy Swagart que foi flagrado duas vezes com prostitutas, uma vez no estado de Louisiana e outra no estado da Califórnia, enquanto pretendia ser o maior evangelista do mundo; ou simplesmente canalhas mesmo, como Pat Robertson do Clube700, que levantou um império de comunicações com dinheiro de ofertas de irmãos do mundo inteiro, inclusive do Brasil, para depois vendê-lo para a Rede FOX e embolsar os US$ 250 Milhões como se lhe pertencessem.

Temos ainda que destacar que nos poucos, últimos anos, uma plêiade de editoras surgiram no horizonte das publicações evangélicas no Brasil. Como são todas empresas privadas não temos muitas informações acerca das mesmas. Acompanhando uma conferência aqui ou uma convenção ali ficamos sabendo que quase todas elas são controladas por estadunidenses ou por brasileiros que já foram, no passado, empregados daqueles. Pela qualidade das publicações fica bem evidente a intenção meramente comercial do que é publicado, chegando ao cúmulo de duas editoras publicarem um mesmo livro — livros em domínio público — com títulos levemente diferentes. Hoje também podemos notar que várias editoras gerais têm desenvolvidos áreas para cuidar apenas de publicações voltadas para o público chamado evangélico.
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 O segundo motivo foi o surgimento de vários movimentos, libertos da influência administrativa dos estrangeiros, mas ainda dependentes daqueles teologicamente, que imaginaram criar movimentos autóctones. Estes novos senhores feudais nacionais, se apropriaram do que de pior existia nas práticas dos estrangeiros e submetem nosso povo a uma tirania tão brutal como a que nos foi imposta por aqueles. Entre estes podemos citar, por um lado, os defensores de velhas heresias, já devidamente condenadas na história da igreja, como as Igrejas “Universal do Reino de Deus, Sara Nossa Terra, Internacional da Graça de Deus. Igreja Mundial do Poder de Deus, Assembleia de Deus Vitória em Cristo e erc.,” que seguem de maneira apaixonada os ensinos heréticos do neo-gnosticismo de E. W. Kenyon. Por outro lado, nós encontramos invencionices modernas como a chamada “batalha espiritual”, para não mencionarmos as elucubrações revelatórias de movimentos como o G-12 que trazem ensinos nunca antes ouvidos como o da “cobertura espiritual”, por exemplo. Uma terceira onda é representada por Bill Hybels e Rick Warren, que advogam uma versão mais leve da pregação do evangelho, e acreditam que existem pessoas que estão “buscando” Deus, apesar da ênfase bíblica de que “não há quem entenda, não há quem busque a Deus” — Romanos 3:11.

Por estes motivos, continuamos raquíticos e despersonalizados. De fato, como todo o resto da Cristandade, nós estamos perfeitamente encaixados na descrição feita pelo filósofo e profeta dinamarquês Søren Kierkegaard quando disse: ”O Cristianismo da Cristandade tira do Cristianismo a ofensa, o paradoxo, etc., e no lugar deles introduz a probabilidade, aquilo que pode ser compreendido de maneira plena. Isto é, transforma o Cristianismo em algo inteiramente diferente daquilo que ele é no Novo Testamento, sim em algo que é exatamente o oposto. Este é o Cristianismo da Cristandade, de nós os homens”[11]. E nós temos vivido este tipo de Cristianismo por muito tempo. Seja porque somos administrados por estrangeiros com intenções inconfessáveis, seja porque nos submetemos a verdadeiras heresias ou modismos, não somos capazes de desenvolver uma teologia bíblica e uma teologia educacional que seja ao mesmo tempo neo-testamentária e voltada à satisfação das nossas necessidades. E os motivos desta nossa incapacidade serão discutidos nos próximos artigos.

CONTINUA...

OUTROS ESTUDOS ACERCA DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

001 — A EXCELÊNCIA DA VIDA PESSOAL DAQUELES QUE DESEJAM ENSINAR — PARTE 001

002 — A EXCELÊNCIA DA VIDA PESSOAL DAQUELES QUE DESEJAM ENSINAR — PARTE 002

003 —A EXCELÊNCIA DA VIDA PESSOAL DAQUELES QUE DESEJAM ENSINAR — PARTE 003

004 — A IMPORTÂNCIA DA ALIANÇA COM DEUS

005 — OS ALVOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ

006 — A IGREJA NO PRINCÍPIO DO SÉCULO XXI – PARTE 001 — INTRODUÇÃO — OS COLONIZADORES VÊM EM NOME DE DEUS

007 — A IGREJA NO PRINCÍPIO DO SÉCULO XXI – PARTE 002 — NOSSAS ESCOLAS TEOLÓGICAS

008 — A IGREJA NO PRINCÍPIO DO SÉCULO XXI – PARTE 003 — IGREJAS CORPORATIVISTAS E INSTITUCIONALIZADAS E EDUCAÇÃO CRISTÃ PADRONIZADA

009 — A IGREJA NO PRINCÍPIO DO SÉCULO XXI – PARTE 004 — CONSUMISMO E CELEBRITISMO

010 — O PROPÓSITO SINGULAR DE DEUS PARA OS NOSSOS DIAS

011 — A PALAVRA IGREJA NO NOVO TESTAMENTO

012 — A EXPRESSÃO GREGA “EM CRISTO” — ἐν Χριστῷ

013 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA

014 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 002

015 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 003
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018 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 006 — HUMILDADE E AMOR EM MEIO À DIVERSIDADE DE DONS
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019 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 007 — A IGREJA COMO MISTÉRIO DE DEUS
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020 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 008 — COMO A IGREJA É FORMADA OU CRIADA?
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021 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — PARTE 009 — QUANDO A IGREJA COMEÇOU?
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/03/educacao-crista-estudo-021-o-que-o-novo.html
Que Deus abençoe a todos. 
Alexandros Meimaridis
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Desde já agradecemos a todos.


[1] Samuel Viera reconhece “ser o Protestantismo Brasileiro um protestantismo de missão e ter recebido muita influência de igrejas estrangeiras, principalmente americanas” em O Império Gnóstico Contra-ataca, São Paulo, Editora Cultura Cristã, 1999.
[
2] Segundo o Dicionário Aurélio “Americanófilo” é aquele que é partidário da América, em especial dos Estados Unidos da América, em detrimento de outros países. Normalmente tal partidarismo é irracional e não está baseado em fatos.

[3] Molly Ivins e Lou Dubose levantam esta acusação em SHRUB – The Short But Happy Political Life of George W. Bush, New York, VINTAGE Books, 2000.  

[4] Loraine Boettner no seu livro Catolicismo Romano, São Paulo, Imprensa Batista Regular, 1985, admite que países católicos como o Brasil “têm recebido assistência material substancial de nações protestantes, particularmente dos Estados Unidos da América, de modo que sua atual condição econômica, social, política e religiosa, não é nem de perto tão ruim como seria se estivessem abandonados à sua própria sorte.” Se a arrogância não fosse tão grande, a cegueira acerca da nossa situação seria completa!  Emílio de Laveleye em Do Futuro dos Povos Católicos, São Paulo, Casa Editora Presbiteriana, 1950, também acredita que os protestantes são sempre mais instruídos e mais ricos quando comparados aos católicos. Excluídos é claro, os católicos espanhóis, franceses, alemães, escandinavos e mesmo os católicos estadunidenses que perfazem o maior grupo religioso individual dos EUA.

[5] Detalhes extensos de como o dinheiro dos contribuintes estadunidenses via Departamento de Estado, financiou missões evangélicas, e em alguns casos, patrocinou o genocídio de povos nativos, no Brasil e em toda América Latina podem ser vistos em obras como as  de Gerard Colby e Charlote Dennett Thy Will Be Done – The Conquest of the Amazon: Nelson Rockfeller and Evangelism in the Age of Oil, HarperCollinsPublishers, 1995. Este livro está também disponível em português.  

[6] Rubem Alves em Protestantismo e Repressão, São Paulo, Editora Ática, 1982, diz o seguinte: os detentores do poder resistem “a qualquer tentativa de inovação, resistência esta que se legitima através da sacralização das formas de pensamento e comportamento herdadas do passado, e que se torna efetiva pelo estabelecimento de mecanismos institucionais de controle que se encarregam de eliminar as formas desviantes do pensamento e comportamento”.

[7] De fato, não somente editoras, mas todo tipo de “ministério”, dentro do universo chamado evangélico, ou seja, dentro da forma de cristianismo que não seja Católico Romano, tem passado de pai para filho no melhor estilo de “negócio familiar”.

[8] A neta de E. W. Kenyon move processo por cópia dos escritos de seu avô, contra os Hagin e os Copeland. Como é possível que homens que se dizem ungidos pelo poder de Deus copiem deslavadamente os escritos de outra pessoa sem lhe dar o devido crédito? Para quem quiser se aprofundar nesta questão o livro de D. R. McConnell A Different Gospel – A Historical and Biblical Analysis of Modern Faith Movement, Peabody, Hendrickson Publishers Inc, 1988, apresenta extensas passagens em colunas paralelas dos escritos de Kenyon e Hagin/Copeland expondo a cópia deslavada, disfarçada sob o pretexto de revelação direta do Senhor!

[9] Peter Jones, A Ameaça Pagã, São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2002.

[10] John Mather e Judy Groves, Introducing Chomsky, Icon Books, Cambridge, 1999.

[11] Kierkegaard, Soren, The Moment and Late Writings : Kierkegaard’s  Writings  Vol. 23, Princeton, Princeton University Press, 2000 .

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