domingo, 14 de junho de 2015

TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 003


Concepção artística do Jesus histórico como "Pantocrator" ou Todo-Poderoso 



Esse é um estudo especial que irá abordar temas de grande interesse, tais como: 1. Deus 2. Os seres humanos e o mundo criado 3. Jesus e Sua missão como o CRISTO. 4. O Espírito Santo. 5. A vida cristã. 6. A Igreja. 7. O futuro e etc. Esperamos que a mesma possa ajudar todos os nossos leitores a conhecerem melhor o que o Novo Testamento ensina acerca de tudo o que nos é importante.

INTRODUÇÃO GERAL

CONTINUAÇÃO:

Quando do surgimento do período crítico[1] moderno, que teve seu início por volta de meados do século XVIII, os estudos do Novo Testamento estavam então abertos a todo tipo de análise e sofreram duros e pesados ataques de muitos livres pensadores daqueles dias.

O verdadeiro divisor de águas desse período foi o surgimento do chamado iluminismo, o qual, como o próprio nome já define, tinha intenção de lançar luz sobre todas as coisas, especialmente as religiosas que, até então estiveram bem amparadas dentro de cada uma de suas denominações. A primeira crítica introduzida pelo iluminismo foi a de que a Bíblia deveria ser considerada apenas como literatura. Como outro livro qualquer, já que uma das teses mais fortes do movimento era negar até mesmo a possibilidade da existência de milagres, da inspiração e a existência do próprio Deus. Muitas dessas agressões eram gratuitas e o tempo se ocupou em provar que, na realidade, não passavam de verdadeiras tolices. Os iluministas acreditavam que podiam explicar a Bíblia sem conhecer as línguas originais, sem conhecer teologia e etc. Tudo o que era necessário era conhecer a história, mas com a dispensa da maior parte do que está registrado no Novo Testamento como sendo mitológico, havia pouca história para confirmar qualquer hipótese levantada.

A primeira diferenciação entre teologia bíblica e teologia dogmática foi feita por J. P. Gabler em 1787 alegando as duas coisas seguintes. Para ele:

1. A teologia dogmática era apenas fruto daquilo que homens eram capazes de racionalizar, de maneira filosófica.

2. Já a teologia bíblica era considerada por ele como merecedora de verdadeira atenção, pois se tratava de uma disciplina histórica.

Logo depois da obra de Grabel, outros estudos racionalistas surgiram, apesar que a intenção dos mesmos se resumia em tentar usar as Escrituras para apoiar o próprio racionalismo.

Essas obras iniciais tiveram uma forte influência em como o Novo Testamento foi tratado pela filosofia de Georg Wilhelm Friedrich Hegel, a qual, por sua vez influenciou a abordagem dos estudiosos com relação à própria história. Com o Novo Testamento descartado, como mencionamos acima, foi necessário “inventar” uma história completamente nova para substituir aquela contida nos Evangelhos e no restante do Novo Testamento. Tudo isso resultou numa brusca separação entre os dois testamentos contidos na Bíblia. Isso aconteceu por volta de 1800. A partir dessa data os dois testamentos passaram a receber atenção exclusiva, com diversas teorias sendo inventadas para “explicar historicamente” como os mesmos surgiram.

Essa separação trouxe à tona, especialmente no caso do Novo Testamento, a questão que envolvia o problema das diferenças e da unidade do mesmo. A abordagem crítica de F. C. Baur do Novo Testamento, teve seu ponto de partida na aceitação, gratuita, que existia uma tensão no Novo Testamento entre duas facções: uma defendia o apóstolo Pedro, enquanto a segunda defendia o apóstolo Paulo. Aqui precisamos enfatizar ainda outra vez, que muitas dessas hipóteses eram gratuitas e só se sustentavam porque seus inventores desprezavam o que de fato estava escrito no Novo Testamento. À medida que avançarmos nesses estudos não será difícil perceber que os críticos do nosso século, estão apenas reciclando as mesmas velhas ideias que já foram demolidas pelos cristãos dos séculos XVIII e XIX.

A característica fundamental desse movimento sempre foi uma ênfase excessiva nas suposições históricas aliadas a um profundo desprezo por aquilo que está registrado no Novo Testamento. A teoria de Baur, como afirmamos, já foi desmantelada com o tempo, mas sua influência perdura em críticos de araque que, periodicamente, escrevem livros tentado reinventar a história negando a historicidade do Novo Testamento. A maioria dos argumentos, desde Baur, não passam de bobagens. A influência de Baur pode ser melhor sentida na infindável “Busca pelo Jesus Histórico”, que já se encontra em sua terceira etapa, sempre terminando em grande frustração para os críticos, que a cada nova versão da busca, acabam se aproximando mais das historicidade do Novo Testamento.

CONTINUA...

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Alexandros Meimaridis

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[1] Crítico — essa simples palavra tem causado mais confusões do que muitas teologias heréticas bem sofisticadas. Todavia a palavra crítico ou crítica significam apenas “análise”. O período crítico se refere ao período em que se começou a analisar todas as coisas e nada mais podia ser aceito de forma dogmática.  

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