Esse material é parte de uma
série de mensagens pregadas no Livro dos Atos dos Apóstolos. As mensagens
cobrem todos os 28 capítulos do Livro de Atos e no final de cada mensagem, você
poderá encontrar links para outras mensagens.
ATOS DOS APÓSTOLOS
Introdução
A.
Desde o início Jesus advertiu sua igreja de que ela estaria sujeita a
perseguição e maus tratos:
Mateus 5:10—12
Bem-aventurados os perseguidos
por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois
quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo,
disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso
galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.
B.
Próximo do fim do seu ministério Jesus enfatizou essa realidade acerca da
perseguição dizendo:
João 15:18—21
Se o mundo vos odeia, sabei que,
primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo
amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele
vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que eu vos
disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também
perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a
vossa. Tudo isto, porém, vos farão por causa do meu nome, porquanto não
conhecem aquele que me enviou.
C.
Não demorou muito para que os discípulos experimentassem as palavras de
advertência proferidas por Jesus. Pedro estava ainda falando quando teve...
INÍCIO A PERSEGUIÇÃO À IGREJA DE
JESUS
I. A Prisão – versos 1—7
A.
Lucas deixa claro que as perseguições à Igreja de Jesus tiveram início através
das ações dos saduceus —
Atos 4:1
Falavam eles ainda ao povo quando
sobrevieram os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus
Atos 5:17
Levantando-se, porém, o sumo
sacerdote e todos os que estavam com ele, isto é, a seita dos saduceus,
tomaram-se de inveja.
B.
Quem eram os saduceus? – verso 1.
1.
Eles eram a classe dominante naqueles dias. Eles haviam surgido como um
movimento político religioso durante o segundo século a.C. depois da chamada
revolta dos Macabeus.
2.
Esse partido era constituído de membros das famílias sacerdotais e levíticas e
derivaram esse nome de Zadoque, o sacerdote por excelência do Antigo Testamento,
apesar de não guardarem nenhum parentesco com Zadoque —
2 Samuel 8:17
Zadoque, filho de Aitube, e
Aimeleque, filho de Abiatar, eram sacerdotes, e Seraías, escrivão.
1 Samuel 15.24
Eis que Abiatar subiu, e também
Zadoque, e com este todos os levitas que levavam a arca da Aliança de Deus;
puseram ali a arca de Deus, até que todo o povo acabou de sair da cidade.
1 Reis 1.34
Zadoque, o sacerdote, com Natã, o
profeta, ali o ungirão rei sobre Israel; então, tocareis a trombeta e direis:
Viva o rei Salomão!
3.
Esse grupo chegou a alcançar a independência de Israel do jugo dos gregos, ora
imposto pela dinastia selêucida da Síria, ora pela ptolemaica do Egito.
Chegaram a estabelecer uma dinastia própria – dos Hasmoneus – que durou cerca
de 70 anos até serem subjugados pelos romanos, sob Pompeu. Como eram
sacerdotes, não tinham direito ao trono de Israel que pertencia aos
descendentes de Davi, da tribo de Judá.
4.
Nos dias de Cristo, politicamente, esse grupo estava associado aos romanos como
colaboradores — traidores — e tinha o direito de explorar o templo em
Jerusalém. Por esse motivo a pregação acerca de Jesus como Messias era
contrária a seus interesses imediatos e punha em risco o rentável acordo com os
romanos.
5.
Do ponto de vista religioso eles acreditavam que a era messiânica já havia sido
iniciada com a revolta de Judas Macabeu e seus irmãos. Por esse motivo eles não
esperavam o advento de nenhum outro Messias.
6.
Eles também negavam a ressurreição dos mortos e a vida eterna como proclamada
pelos discípulos em Jesus — ver Marcos 12:19—27.
7.
Por todos esses motivos eles viam os discípulos tanto como agitadores e
heréticos, quanto perturbadores da paz e inimigos da verdade. Consideravam a
pregação apostólica desautorizada porque praticada por pregadores não
reconhecidos — verso 2
C.
O Capitão do Templo — verso 1 — era um levita encarregado da segurança de toda
a área do templo e era o segundo homem — abaixo apenas do sumo sacerdote — na
hierarquia do templo.
D.
Os discípulos foram presos e, pelo avançar da hora, foram mantidos no cárcere
aquela noite porque não era lícito o Sinédrio — tribunal superior — se reunir
durante a noite — verso
3. Devemos notar que no caso de Cristo isso não foi
impedimento —
Isaías 53:8
Por juízo opressor foi
arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da
terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido.
E.
Mas apesar dos apóstolos estarem presos a palavra de Deus estava livre e
continuava produzindo fruto – verso 4. Comparar com —
Isaías 55:10—11
10 Porque, assim como descem a
chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra,
e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come,
11 assim será a palavra que sair
da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará
naquilo para que a designei.
F.
No dia seguinte o Sinédrio se reuniu — 71 homens presididos pelo sumo sacerdote
— verso 5.
G.
Anás havia sido deposto pelos Romanos em 15 a.D. e foi substituído por seu
genro Caifás. Esses dois tiveram notória participação no infame julgamento e
condenação do Senhor Jesus Cristo – verso 6. Nada sabemos acerca desses João e
Alexandre aqui mencionados.
H.
O concílio sentava-se num semicírculo como os acusados localizados no centro do
mesmo. Certamente imagens do julgamento de Jesus devem ter surgido nas mentes
dos apóstolos Pedro e João, bem como as palavras confortadoras do Senhor quando
disse:
Mateus 10:17—20
17 E acautelai-vos dos homens;
porque vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas;
18 por minha causa sereis levados
à presença de governadores e de reis, para lhes servir de testemunho, a eles e
aos gentios.
19 E, quando vos entregarem, não
cuideis em como ou o que haveis de falar, porque, naquela hora, vos será
concedido o que haveis de dizer,
20 visto que não sois vós os que
falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós.
II. A Defesa de Pedro – versos
7—12
A.
A pergunta feita aos discípulos era muito semelhante àquela feita a Jesus a
respeito de com que autoridade Jesus precedera a limpeza da área do templo —
Mateus 21:23
Tendo Jesus chegado ao templo,
estando já ensinando, acercaram-se dele os principais sacerdotes e os anciãos
do povo, perguntando: Com que autoridade fazes estas coisas? E quem te deu essa
autoridade?
B.
Em resposta, Pedro, cheio do Espírito Santo conforme a promessa do Senhor — ver
Mateus 10:19—20 acima — dá um maravilhoso testemunho acerca de Jesus: versos
8—12.
1.
Pela terceira vez Pedro reafirma a verdade de que o Jesus que eles mataram foi
ressuscitado por Deus — ver Atos 2:23—24; Atos 3:15.
2.
E agora Pedro introduz uma figura emprestada do Salmo 118 que afirma que Jesus
é a Pedra que os construtores rejeitaram, pedra essa que Deus tornou em pedra
principal ou de esquina —
Lucas 20:17
Mas Jesus, fitando-os, disse: Que
quer dizer, pois, o que está escrito: A pedra que os construtores rejeitaram,
esta veio a ser a principal pedra, angular?
C.
Além disso, Pedro afirma a exclusividade da Salvação através de Jesus — verso
12.
D.
Note a facilidade com que Pedro se move da cura de um homem para a salvação
oferecida a todos os homens e mulheres. Isso é o que realmente importa: a
salvação das almas humanas.
3. A Decisão da Corte – versos
13—22
A.
A corte estava atônita diante da intrepidez de Pedro, pois sabia que estava
diante de homens que eram reconhecidamente: — verso 13.
1.
ἀγράμματοί —
agrámatoí
— iletrado ou sem estudo formal em uma escola rabínica.
2.
ἰδιῶται- idiôtai
— pessoa do povo, um leigo quando comparado com o religioso profissional.
Mas
que eram homens que haviam estado com Jesus.
B.
Além disso, estava diante deles o homem curado que era coxo de nascença. Essa
era outra evidência que eles não podiam negar — verso 14.
C.
Não podiam negar, mas também não podiam aceitar... então — verso 15.
D.
A corte estava em uma verdadeira “sinuca de bico” — verso 16.
E.
A única saída: ameaçar os apóstolos já que não haviam cometido nenhum crime que
lhes pudesse ser atribuído — verso 17.
F.
A admoestação é dada diante de testemunhas como requeria a Lei — verso 18.
G.
A resposta dos apóstolos é espirituosa — verso 19. É impossível deixarmos de
falar acerca das coisas que vimos e ouvimos — verso 20.
H.
Ameaçando os discípulos foram obrigados a soltá-los, pois o povo louvava a
Deus, porque o home curado, coxo de nascença, tinha quarenta anos de idade.
Conclusão:
A.
Semeie a Palavra de Deus, independente das condições. No devido tempo, segundo
o propósito designado por Deus a mesma irá frutificar.
B.
A morte e a ressurreição de Jesus associadas à Sua Exaltação e suprema
autoridade caracterizam Jesus como o único Salvador, uma vez que nenhum outro
possui essas qualidades – ver ênfase em “nenhum outro” e “nenhum outro nome” em
—
Atos 4:12
E não há salvação em nenhum
outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens,
pelo qual importa que sejamos salvos.
C.
Procure sempre viver de modo a glorificar ou engrandecer ao Senhor. Nossa
preocupação não deve nunca ser conosco mesmo e sim em tornar o nome de Jesus
digno de receber toda glória, toda honra e todo louvor.
D.
Como os apóstolos, concentremo-nos em falar de Jesus, pois é isso que agrada a
Deus mais do que qualquer outra coisa.
E.
Como diz o apóstolo Paulo em Filipenses 1:19: que
Cristo seja engrandecido através de nós, quer pela vida quer pela morte.
Que
Deus, que ressuscitou a Jesus dentre os mortos e que nos concedeu seu Espírito
Santo nos ajude a procedermos sempre assim, porque
não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro
nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.
OUTRAS MENSAGENS DO LIVRO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS
SERMÃO 001 — INTRODUÇÃO AO LIVRO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS — Lucas 1:1—4 e Atos 1:1—2
SERMÃO 002 — INTRODUÇÃO AO LIVRO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS — PARTE 2 — Lucas 1:1—4 e Atos 1:1—2
SERMÃO 003 — A TRANSIÇÃO DO VOLUME ANTERIOR — Atos 1:1—5
SERMÃO 004 — A NOVA DIREÇÃO EXPLICADA — Atos 1:6—8
SERMÃO 005 — A ASCENSÃO DE JESUS — Atos 1:9—11
SERMÃO 006 — PERSEVERANDO UNÂNIMES — Atos 1:12—26
SERMÃO 007 — O DIA DO PENTECOSTES – PARTE 001 — Atos 2:1—4
SERMÃO 008 — O DIA DO PENTECOSTES – PARTE 002 — Atos 2:5—15
SERMÃO 009 — A PROFECIA DE JOEL — Atos 2:14—21
SERMÃO 010 — O PRIMEIRO SERMÃO — PARTE 001 — Atos 2:22—36
SERMÃO 011 — O PRIMEIRO SERMÃO — PARTE 002 — Atos 2:37—41
SERMÃO 012 — A VIDA DOS PRIMEIROS CRISTÃOS — Atos 2:42—47
SERMÃO 013 — A VIDA DOS PRIMEIROS CRISTÃOS — Atos 2:42—47 — PARTE 002
SERMÃO 014 — A CURA DE UM PARALÍTICO DE NASCENÇA — Atos 3:1—10
SERMÃO 015 — A EXALTAÇÃO DE JESUS E A CONDENAÇÃO DOS HOMENS — Atos 3:11—21
SERMÃO 016 — SALVAÇÃO E REFRIGÉRIO: BÊNÇÃOS DAS DUAS VINDAS DE JESUS— Atos 3:17—21
SERMÃO 017 — JESUS CUMPRE AS PROFECIAS DO ANTIGO TESTAMENTO — Atos 3:22—26
SERMÃO 018 — INÍCIO DAS PERSEGUIÇÕES — Atos 4:1—22
SERMÃO 019 — A IGREJA ORA EM COMUNHÃO — Atos 4:23—31
SERMÃO 020 — A IGREJA VIVE EM COMUNHÃO — Atos 4:32—37
SERMÃO 021 — ANANIAS E SAFIRA — Atos 5:1—11
SERMÃO 022 — A COMUNIDADE DOS CRENTES — Atos 5:12—16
SERMÃO 023 — PRISÃO, JULGAMENTO, AÇOITES = ALEGRIA E O PARECER DE GAMALIEL — Atos 5:17—42
SERMÃO 024 — DIVERSIDADE DE DONS = CRESCIMENTO DA IGREJA — Atos 6:1—7
SERMÃO 025 — UM HOMEM CHAMADO ESTÊVÃO — Atos 6:8—12
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/05/atos-dos-apostolos-sermao-025-um-homem.html
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SERMÃO 026 — ACUSAÇÕES CONTRA UM HOMEM HONESTO — Atos 6:13—15
SERMÃO 027 — A DEFESA DE ESTÊVÃO E O DEUS DA GLÓRIA — Atos 7:1—8
Que
Deus abençoe a todos
Alexandros
Meimaridis
PS.
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Desde
já agradecemos a todos.
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