Essa é série de estudos baseada em João capítulo 17 que é conhecido como: “A ORAÇÃO SACERDOTAL DE CRISTO” a favor de todos os seus discípulos de todas as épocas. É um estudo bastante aprofundado de João 17 e de todas as suas implicações. É bastante conveniente que o leitor prossiga nesses estudos até o final para poder usufruir melhor do conteúdo dos mesmos. No final de cada estudo o leitor encontrará links para os outros estudos.
João 17 — Estudo # 2
— PARTE 002
João 17:1
Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti.
CONTINUAÇÃO...
2. O Significado desta Frase da Perspectiva do Futuro.
a. O Senhor Jesus sabia que alguns dos momentos mais dramáticos da história da humanidade aconteceriam nas próximas horas e que ele teria uma participação importante nestes eventos.
i. As demandas da Lei Divina teriam que ser satisfeitas —
Romanos 8:2—3
2 Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.
3 Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado,
ii. O pecado seria revelado como é e seria julgado —
1 Pedro 3:18
Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito,
iii. A reconciliação de Deus com o mundo seria alcançada —
2 Coríntios 5:18—19
18 Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação,
19 a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.
iv. A morte seria vencida —
1 Coríntios 15:54—57
54 E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.
55 Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?
56 O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
57 Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.
v. Satanás e todas suas hostes seriam derrotados —
Colossenses 2:15
E, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz.
vi. Em tudo que está descrito acima foi feita uma provisão divina mais do que adequada para a nossa justificação, perdão dos pecados, reconciliação, liberdade, aceitação e libertação do povo de Deus —
Romanos 5:8—11
8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
10 Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida;
11 e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação.
b. O Senhor Jesus também sabia que estes grandes eventos, descritos acima, dependiam completamente dEle e da Sua vontade de representar o homem pecador como ele é, e sofrer todas as consequências do pecado, da morte e do inferno.
i. A extensão do que tudo isto significava, do ponto de vista da experiência real, ainda estava oculto. Mas o que ele sabia era suficiente para deixá-lo bastante apreensivo. Sofrer as conseqüências do pecado — que era o exato oposto daquilo que Ele era como pessoa — sem pecado, justo — e ser negado, durante aquelas horas, o conforto que ele sempre experimentara e finalmente, ser abandonado — esquecido — consistiam em uma realidade que Ele percebia com a maior das preocupações —
Hebreus 5:7—9
7 Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade,
8 embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu
9 e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem.
c. À medida que o Senhor Jesus olhava para o futuro, Ele se sentia confortado com as profecias que falavam da Sua ressurreição e glórias futuras —
Hebreus 12:2
Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.
i. Podemos especular que nos dias que antecederam estes momentos o Senhor Jesus deve ter lido e relido, meditado e orado acerca daquelas partes das Escrituras que podiam lançar luz sobre Seu futuro imediato. Ele acreditava na palavra do Pai e prosseguiu sabendo que Seu Pai seria fiel à palavra empenhada — ver Isaías capítulos 52, 53 e 61.
C. O Objetivo da Oração Esclarecido.
Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti — João 17:1.
1. O significado da expressão “a glória de Deus”.
a. O termo glória no Antigo Testamento, de forma geral, significava “estar pesado” e se referia a pessoa que está “carregada” de posses ou de influência.
i. No Novo Testamento a palavra traduz primariamente a honra e o louvor que devem ser dados a alguém que possui valor pessoal ou moral. —
Gênesis 31:1
Então, ouvia Jacó os comentários dos filhos de Labão, que diziam: Jacó se apossou de tudo o que era de nosso pai; e do que era de nosso pai juntou ele toda esta riqueza.
Gênesis 45:13
Anunciai a meu pai toda a minha glória no Egito e tudo o que tendes visto; apressai-vos e fazei descer meu pai para aqui.
b. De forma particular a expressão “glória” refere-se à revelação do poder e da excelência da pessoa de Deus, Seus atos grandiosos e Sua misericórdia infinita.
i. A
palavra também é utilizada para reconhecer a grandeza de Deus e o louvor, honra
e ações de graça que devem brotar deste reconhecimento — ver 1 Crônicas 16:10, 24,
27 e 35; Mateus 5:16; 9:8; 15:31.
2. A vida do Senhor Jesus e a glória de Deus.
a. – Quando o Senhor Jesus viveu nesta terra era seu constante desejo trazer glória ao Seu Pai.
I. Tudo o que Jesus ensinou e realizou manifestavam a compaixão, a verdade, a sabedoria e o poder do Pai. Através de tudo que fez Jesus trouxe, de contínuo, glória a Deus.
Mateus 15:30—31
E vieram a ele muitas multidões trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos e outros muitos e os largaram junto aos pés de Jesus; e ele os curou. De modo que o povo se maravilhou ao ver que os mudos falavam, os aleijados recobravam saúde, os coxos andavam e os cegos viam. Então, glorificavam ao Deus de Israel.
b. Os discípulos ficaram tão impressionados com a maneira como Jesus produzia a glória de Seu Pai que incluíram esta idéia no resumo da vida de Jesus:
João 1:14
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai -.
3. A Explicação do pedido – “glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti”.
a. A oração se encaixa perfeitamente no contexto maior do plano que o Pai tem de glorificar o Filho — ver Romanos 8:28—29; Colossenses 1:18.
i. Neste momento o Senhor está orando para que o plano de Deus seja concretizado e para que Ele contribua para tal sendo plenamente obediente à vontade de Deus.
b. Esta oração também está relacionada à grande verdade de que o Senhor Jesus é a revelação de Deus — ver João 1:18; 14:6—11; Hebreus 1:1—3.
i. Só podemos conhecer o Pai através de Jesus.
c. O Senhor Jesus também faz esta oração baseado nas profecias das Escrituras.
O Pai prometeu dar ao Filho as nações como Sua herança e a terra como possessão —
Salmo 2:6—9
6 Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião.
7 Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei.
8 Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão.
9 Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro.
Jesus ora para que a palavra de Deus se cumpra em Sua vida — de tal forma que Seu Pai seja reconhecido com fiel e seja glorificado.
d. Jesus está orando para que a vontade do Pai seja concretizada em Sua vida, principalmente no que diz respeito às próximas horas.
i. Esta é uma oração para que o Pai seja glorificado através da sua crucificação:
João 12:27—28
Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora. Pai glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu: Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei.
ii. Esta é uma oração para que o Pai seja glorificado através da sua ressurreição:
1 Pedro 1:21
Que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus.
iii. Esta é uma oração para que o Pai seja glorificado através da sua ascensão e ministério celestial como Redentor-Sacerdote:
Filipenses 2:9—11
Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.
iv. Esta é uma oração para que o Pai seja glorificado através da aplicação do Seu poder redentor na vida dos crentes como pode ser visto em:
1 – A Salvação gratuita causa “o louvor da glória da sua graça” – Efésios 1:6
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2 – O Ministério do Espírito Santo – Efésios 1:13—14
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3 – A frutificação dos crentes – João 15:8
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4 – A vida de oração dos crentes – João 14:13
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5 – As obras realizadas pelos crentes – Mateus 5:16
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6 – A santificação dos crentes – 1 Coríntios 6:20
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7 – O ministério dos crentes – 1 Pedro 4:10—11
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8 – Todos os atos de justiça – Filipenses 1:11
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9 – A atitude de ações de graças – Lucas 17:14—16
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10 – O bom testemunho dos cristãos – Gálatas 1:23—24
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11 – O ato do arrependimento – Apocalipse 16:9
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Esta lista não pretende ser exaustiva, mas somente ilustrativa.
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É de vital importância para cada um de nós compreender como nós nos encaixamos nesta oração. O Pai glorificou o Filho habilitando-O a concretizar o trabalho da crucificação, ressuscitando-O dentre os mortos e recebendo-O de volta nos céus. Agora nos céus, o Senhor Jesus cuida de juntar, sustentar e ministrar a Seu povo. É aqui que nós entramos. Nos precisamos entender a importância da oração, das boas obras, de sermos um bom testemunho e de ministrarmos a graça de Deus a outras pessoas. Imagine você sendo a resposta de Deus à oração de Jesus!
D. O que podemos aprender desta oração
1. A beleza, a majestade, a compaixão, a fidelidade, a santidade e a total ausência de egoísmo que vemos no Senhor Jesus precisa se tornar em louvor honra e ações de graças em nossas vidas diárias.
2. A importância de compreendermos e vivermos para a glória de Deus.
3. O reconhecimento de que nosso progresso na vida cristã contribui para promover a glória de Deus. Devemos orar para aprofundarmos nossas vidas cristãs.
4. A compreensão de que nosso crescimento espiritual pode envolver sofrimento
5. A compreensão de que orar nada mais é do que um bate papo com Deus e envolve em orar a palavra de Deus e a vontade de Deus para que as mesmas se transformem em realidade.
6. O valor e privilegio de termos o Pai celestial que temos.
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