UMA NOVA REFORMA
Por José Barbosa Junior (redator
e organizador)
1 - Reafirmamos a supremacia das
Escrituras Sagradas sobre quaisquer visões, sonhos ou novas revelações que
possam aparecer. (Mc 13.31).
2 - Entendemos que todas as
doutrinas, idéias, projetos ou ministérios devem passar pelo crivo da Palavra
de Deus, levando-se em conta sua total revelação em Cristo e no Novo Testamento
do Seu sangue. (Hb 1.1-2).
3 - Repudiamos toda e qualquer
tentativa de utilização do texto sagrado visando a manipulação e domínio do
povo que, sinceramente, deseja seguir a Deus. (2 Pe 1.20).
4 - Cremos que a Bíblia é a
Palavra de Deus e que contém TODA a revelação que Deus julgou necessária para
todos os povos, em todos os tempos, não necessitando de revelações posteriores,
sejam essas revelações trazidas por anjos, profetas ou quaisquer outras
pessoas. (2 Tm 3.16).
5 - Que o ensino coerente das
Escrituras volte a ocupar lugar de honra em nossas igrejas. Que haja
integridade e fidelidade no conhecimento da Palavra tanto por parte daqueles
que a estudam como, principalmente, por parte daqueles que a ensinam. (Rm 12.7;
2 Tm 2.15).
6 - Que princípios relevantes da
Palavra de Deus sejam reafirmados sempre: a soberania de Deus, a suficiência da
graça, o sacrifício perfeito de Cristo e Sua divindade, o fim do peso da lei, a
revelação plena das Escrituras na pessoa de Cristo, etc. (At 2.42).
7 - Cremos que o mundo jaz no
maligno, conforme nos garantem as Escrituras, não significando, porém, que
Satanás domine este mundo, pois "do Senhor é a Terra e sua Plenitude, o
mundo e os que nele habitam". (1 Jo 5.19; Sl 24.1).
8 - Cremos que a vitória de Jesus
sobre Satanás foi efetivada na cruz, onde Cristo "expôs publicamente os
principados e potestades à vergonha, triunfando sobre eles" e que essa
vitória teve como prova final a ressurreição, onde o último trunfo do diabo, a
saber, a morte, também foi vencido. (Cl 2.15; 1 Co 15.20-26).
9 - Acreditamos que o cristão
verdadeiro, uma vez liberto do império das trevas e trazido para o Reino do
Filho do amor de Deus, conhecendo a verdade e liberto por ela, não necessita de
sessões contínuas de libertação, pois isso seria uma afronta à Cruz de Cristo.
(Cl 1.13; Jo 8.32,36).
10 - Cremos que o diabo existe,
como ser espiritual, mas que está subjugado pelo poder da cruz de Cristo, onde
ele, o diabo, foi vencido. Portanto, não há a necessidade de se
"amarrar" todo o mal antes dos cultos, até porque o grande Vencedor
se faz presente. (1 Co 15.57; Mt 18.20).
11 - Declaramos que nós,
cristãos, estamos sujeitos à doenças, males físicos, problemas relativos à
saúde, e que não há nenhuma obrigação da parte de Deus em curar-nos, e que isso
de forma alguma altera o seu caráter de Pai amoroso e Deus fiel. (Jo 16.33; 1
Tm 5.23).
12 - Entendemos que a
prosperidade financeira pode ser uma benção na vida de um cristão, mas que isso
não é uma regra. Deus não tem nenhum compromisso de enriquecer e fazer prosperar
um cristão. (Fp 4.10-12).
13 - Reconhecemos que somos
peregrinos nesta terra. Não temos, portanto, ambições materiais de conquistar
esta terra, pois "nossa pátria está nos céus, de onde aguardamos a vinda
do nosso salvador, Jesus Cristo". (1 Pe 2.11).
14 - Nossas petições devem sempre
sujeitar-se à vontade de Deus. "Determinar", "reivindicar",
"ordenar" e outros verbos autoritários não encontram eco nas
Escrituras Sagradas. (Lc 22.42).
15 - Afirmamos que a frase
"Pare de sofrer", exposta em muitas igrejas, não reflete a verdade
bíblica. Em toda a Palavra de Deus fica clara a idéia de que o cristão passa
por sofrimentos, às vezes cruéis, mas ele nunca está sozinho em seu sofrer. (Rm
8.35-37).
16 - Reafirmamos que, nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo Jesus, sendo os mesmos livres de
quaisquer maldições passadas, conhecidas ou não, pelo poder da cruz e do sangue
de Cristo, que nos livra de todo o pecado e encerra em si mesmo toda a maldição
que antes estava sobre nós. (Rm 8.1).
17 - Entendemos que a natureza
criada participa das dores, angústias e consequências da queda do homem, e que
aguarda com ardente expectativa a manifestação dos filhos de Deus. O que não
significa que nós, cristãos, tenhamos que ser negligentes com a natureza e o
meio-ambiente, uma vez que Deus não apenas criou tudo, mas também "viu que
era bom" (Rm 8.19-23; Gn 1.31).
18 - Reconhecemos a suficiência e
plenitude da graça de Cristo, não necessitando assim, de quaisquer sacrifícios
ou barganhas para se alcançar a salvação e favores de Deus. (Ef 2.8-9).
19 - Reconhecemos também a
suficiência da graça em TODOS os aspectos da vida cristã, dizendo com isso que
não há nada que possamos fazer para "merecermos" a atenção de Deus.
(Rm 3.23; 2 Co 12.9).
20 - Que nossos cultos sejam mais
revestidos de elementos de nossa cultura. Que a brasilidade latente em nossas
veias também sirva como elemento de adoração e liturgia ao nosso Deus. (1 Co
7.20).
21 - Que entendamos que vivemos
num "país tropical, abençoado por Deus, e bonito por natureza".
Portanto, que não seja mais "obrigatório" aos pastores e líderes o
uso de trajes mais adequados ao clima frio ou extremamente formais. Que
celebremos nossa tropicalidade com graça e alegria diante de Deus e dos homens.
(1 Co 9.19-23)
22 - Que nossa liturgia seja
leve, alegre, espontânea, vibrante, como é o povo brasileiro. Que haja brilho
nos olhos daqueles que se reúnem para adorar e ouvir da Palavra e que Deus se
alegre de nosso modo brasileiro de cultuá-LO. (Salmo 100)
23 - Que as igrejas entendam que
Deus pode ser adorado em qualquer ritmo, e que a igreja brasileira seja
despertada para a riqueza dos vários sons e ritmos brasileiros e entenda que
Deus pode ser louvado através de um baião, xote, milonga, frevo, samba, etc...
Da mesma forma, rejeitamos o preconceito, na verdade um racismo velado, contra
instrumentos e danças de origem africana, como se estes, por si só, fossem
intrinsecamente ligados a alguma forma de feitiçaria. (Sl 150)
24 - Que retornemos ao princípio
bíblico, vivido pela igreja chamada primitiva, de que "ninguém considerava
exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era
comum." (At 4.32)
25 - Que não condenemos nenhum
irmão por ter caído em pecado, ou por seu passado. Antes, seguindo a Palavra,
corrijamos a ovelha ferida com espírito de brandura, guardando-nos para que não
sejamos também tentados. O que não significa, por outro lado, conivência com o
pecado praticado de forma contumaz .(Gl 6.1; 1 Co 5)
26 - Que ninguém seja culpado por
duvidar de algo. Que haja espaço em nosso meio para dúvidas e questionamentos.
Que ninguém seja recriminado por "falta de fé". Que haja maturidade
para acolher o fraco e sabedoria para ensiná-lo na Palavra. A fé vem pelo
ouvir, e o ouvir da Palavra de Deus. (Rm 14.1; Rm 10.17)
27 - Que a igreja reconheça que
são as portas do inferno que não prevalecerão contra ela e não a igreja que tem
que se defender do "exército inimigo". Que essa consciência nos leve
à prática da fé e do amor, e que isso carregue consigo o avançar do Reino de
Deus sobre a terra. (Mt 16.18)
28 - Cremos na plena ação do
Espírito Santo, mas reconhecemos que em muitas situações e igrejas, há enganos
em torno do ensino sobre dons e abusos em suas manifestações. (Hb 13.8; 1 Co
12.1)
29 - Que nossas estatísticas
sejam mais realistas e não utilizadas para, mentindo, "disputarmos"
quais são as maiores igrejas; o Reino é bem maior que essas futilidades. (Lc
22.24-26)
30 - Que os neófitos sejam
tratados com carinho, ensinados no caminho, e não expostos aos púlpitos e à
"fama" antes de estarem amadurecidos na fé, para que não se
ensoberbeçam e caiam nas ciladas do diabo. (1 Tm 3.6)
31 - Que saibamos valorizar a
nossa história, certos de que homens e mulheres deram suas vidas para que o
Evangelho chegasse até nós. (Hb 12.1-2)
32 - Que sejamos conhecidos não
por nossas roupas ou por nossos jargões linguísticos, mas por nossa ética e
amor para com todos os homens, refletindo assim, a luz de Cristo para todos os
povos. (Mt 5.16)
33 - Que arda sempre em nosso
peito o desejo de ver Cristo conhecido em todas as culturas, raças, tribos,
línguas e nações. Que missões seja algo sempre inerente ao próprio ser do
cristão, obedecendo assim à grande comissão que Jesus nos outorgou. (Mt
28.18-20)
34 - Reconhecemos que muitas
igrejas chamam de pecado aquilo que a Bíblia nunca chamou de pecado. (Lc 11.46)
CONTINUA...
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa
página no Facebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
Olá irmão!
ResponderExcluirConcordo em número, gênero e grau com o que está exposto acima exceto com o ponto 23 que ñ me ficou mt claro: seria lícito, no culto a DEUS, participar com danças independente de sua origem quer africana, hebraica ou mongól por exemplo? Depois de estudar mais sobre a cosmovisão cristã reformada, compreendi que manifestações culturais como danças em si mesmas ñ são ruins ou malignas (claro, desde q as msm ñ promovam sensualidade ou coisa do tipo). Porém ñ consigo enxergar as mesmas como elemento do culto cristão ou "meio" para isso.
Bem, fico no aguardo de melhor esclarecimento e desde já agradeço pela sua atenção.
Abrs,
Sergio Junior
Meu caro Sérgio,
ExcluirObrigado por escrever.
Eu creio que a intenção do José Barbosa - o autor das teses - ficou bem delimitada quando ele usou a citação do Salmo 150 como versículo de prova, e que diz:
Louvai-o com adufes e danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com flautas.
Essas danças podem ser coreografadas ou podem ser espontâneas.
Agora cada comunidade, congregação ou denominação tem suas própria regras e costumes que adotam conforme lhes é conveniente. Mas ninguém pode julgar um ao outro nessas questões, salvo nas exceções apontadas por você acima.
Na minha opinião, tenho a impressão que o José Barbosa queria falar da liberdade que temos e de não aceitarmos essa imposição, tão evidente, de musicas de louvor importadas apenas dos EUA, mas de aproveitarmos a riqueza cultural que Deus distribuiu entre suas criaturas.
Certamente no céu haverá gente de toda língua, tribo e nação e isso permitirá uma manifestação multicultural genuína, sem barreiras e sem preconceitos.
Espero ter podido te ajudar.
abraço fraterno,
irmão Alex.
Concordo plenamente com todos os itens, mas faço ressalvas ao 32.
ResponderExcluirAcho arriscado esse dizer "Que sejamos conhecidos não por nossas roupas..."
É verdade que a indumentária não é preponderante para se aferir o nível de cristianismo ou de reconhecimento de alguém como sendo Filho de Deus.
Contudo, afirmo sem qualquer receio de errar que, nenhum cidadão, seja no Ocidente e muito mais no Oriente, reconhecerá uma mulher "fruta" vestida de forma a ressaltar seus atributos físicos como uma representante do Reino de Deus. O mesmo vale para um "PLAYBOY", BAD BOY, etc gospel.
Não precisamos de mulheres ou homens vestidos à lá Talibã, mas também precisamos de um padrão mínimo de decência no vestir, a fim de que sejamos sim reconhecidos de relance, de passagem como servos do Senhor.
Nem de longe estou falando de legalismo, mas apenas de decência, e não é preciso ser cristão para vestir-se decentemente; isso não é prerrogativa de cristão.
Até as mulheres e homens que não comungam de nossa fé, sabem diferenciar uma "periguete" ou um "don juan" por sua indumentária à primeira vista pelo padrão estabelecido em nossa sociedade, e por isso temos que ser sim diferentes.
A propósito disso, o Apóstolo Paulo fez recomendações aos Coríntios em relação a usos e costumes, com o fito de que os cristãos de lá se diferenciassem dos pagãos.
Como se costuma dizer em Direito, "À mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta." Claro, isso vale para homens.
Caro Joel,
ExcluirObrigado pelo teu comentário bastante apropriado.
Tenho certeza que nosso irmão que escreveu as teses não elaborou mais porque fugiria ao propósito que tinha. Mas penso que o mesmo concordaria com você como eu também.
Abraço
irmão Alex
Com certeza irmão Alex. De fato se ele fosse detalhar item por item, tornar-se-ia algo prolixo e talvez até enfadonho.
ExcluirNem de longe questionei o propósito, e fiquei muito feliz com as 95 teses para a Igreja de hoje. Fiz esse adendo à tese 32 apenas porque sei que temos irmãos que procuram qualquer brecha para dar azo às suas próprias vontades pessoais.
Irmão Alex,
ResponderExcluirDentre essas 34 teses ora postadas, considero a 13 a mais urgente de ser relembrada, especialmente aos líderes, e mais ainda especialmente aos líderes neo pentecostais:
"13 - Reconhecemos que somos peregrinos nesta terra."
Se eles voltassem aos princípios basilares do Evangelho de Cristo, tenho certeza que já de cara, imediatamente, teríamos eliminado de nosso meio essa maligna teologia da prosperidade, que afastou milhões da Verdade da Palavra, bem como trouxe incontáveis escândalos e escárnio ao Reino de Deus, causado por essa busca desenfreada por riquezas.
Em Cristo,
Joel.
Caro Joel,
ExcluirObrigado por teu comentário que vem ajudar nossos leitores de forma objetiva e pontual.
Deus te abençoe.
irmão Alex
o item 11 deu a entender que Deus não cura os cristãos???
ResponderExcluiraguardo ...
Caro Anselmo,
ExcluirObrigado por escrever.
É obvio que Deus cura e isso está implícito no texto. O que o autor nega, com o que nós também devemos concordar, é que DEUS ESTÁ OBRIGADO a curar quem quer que seja.
Não! DEUS NÃO ESTÁ NUNCA OBRIGADO A NADA!.
Abraço fraterno.
irmão Alex