sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

PARÁBOLAS DE JESUS - LUCAS 10:25—37 — A PARÁBOLA DO SAMARITANO — SERMÃO 027H — PARTE 008 — O DIÁLOGO FINAL ENTRE JESUS E O DOUTOR DA LEI


Esse artigo é parte da série "Parábolas de Jesus" e é muito recomendável que o leitor procure conhecer todos os aspectos das verdades contidas nessa série, com aplicações para os nossos dias. No final do artigo você encontrará links para os outros artigos dessa série.

As partes anteriores da Parábola do Samaritano poderão ser encontradas por meio dos links abaixo:

027A — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 1
027B — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 2 — Os Ladrões e o Sacerdote
027C — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 3 — O Levita

027D — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 4 — O Samaritano

027E — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 5 — O Socorro

027F — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 6 — O Transporte Até a Hospedaria


027G — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 7 — O pagamento final
Sermão 027H

A PARÁBOLA DO SAMARITANO — PARTE 8 — O DIÁLOGO FINAL ENTRE JESUS E O DOUTOR DA LEI

lUCAS 10:25—37

25 E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?

26 E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês?

27 E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo.

28 E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso e viverás.

29 Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?

30 E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.

31 E, ocasionalmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo.

32 E, de igual modo, também um levita, chegando àquele lugar e vendo-o, passou de largo.

33 Mas um samaritano que ia de viagem chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão.

34 E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele;

35 E, partindo ao outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele, e tudo o que de mais gastares eu to pagarei, quando voltar.

36 Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?

37 E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai e faze da mesma maneira.

Final

8. O DIÁLOGO FINAL ENTRE JESUS E O DOUTOR DA LEI

29 Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?

36 Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?

37 E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai e faze da mesma maneira.

No centro desse diálogo nós vemos como Jesus, sabiamente, redireciona a pergunta do doutor da Lei de tal  maneira que obriga o mesmo a fornecer a resposta certa para, a pergunta que havia feito no início — verso 29 —, e cujo intuito era evitar assumir qualquer responsabilidade pelo próximo. Note que Jesus não está disposto a fornecer ao doutor da Lei uma lista de coisas para fazer. Cristo também se recusa a afirmar quem é e quem não é o verdadeiro próximo de qualquer um de nós. Pelo contrário: a pergunta original — que é o meu próximo? — torna-se agora: De quem eu devo me tornar próximo. É a essa pergunta que, talvez até sem perceber, que o doutor da Lei supre sua tão preciosa resposta — verso 37a.

Agora nós não podemos nos deixar enganar nesse ponto crucial. A última afirmação de Jesus — verso 37b — não é uma admoestação geral para se fazer boas obras e sim, a única resposta adequada à pergunta feita pelo doutor da Lei, que dizia respeito, originalmente, à questão da autojustificação. 

O diálogo inicial — versos 25—28 — termina com um mandamento para fazer algo. Da mesma forma, assim também termina o segundo diálogo — verso 37. No primeiro diálogo o doutor da Lei está interessado em saber QUANTAS pessoas ele precisa amar para alcançar a justificação diante de Deus por seus próprio méritos. Mas a resposta de Jesus deixa bem claro que se não considerarmos qualquer pessoa ao alcance das nossas mãos como nosso próximo, jamais poderemos herdar a vida eterna. Esse é o verdadeiro significado do amor ao próximo: estar disponível para ajudar qualquer pessoa em necessidade que esteja ao alcance das nossas mãos. Sem essa disposição pode esquecer qualquer esperança de ir para o céu.

Mas a pergunta que precisamos fazer agora é: Quem é suficiente para essas coisas? Quem pode, realmente, viver de acordo com esse padrão? Nossa reação pode ser muito semelhante àquela da multidão que se perguntava: “Quem, então, pode ser salvo”? — conforme Lucas 18:26. Nessa parábola, cada metade dos dois diálogos caminha nessa direção e dessa forma os dois terminam, exatamente, com a mesma conclusão. O que posso fazer para herdar a vida eterna? O que posso fazer para me autojustificar? A única e honesta conclusão a que podemos chegar é: Tudo isso está muito além da minha capacidade. Em não tenho como me justificar a mim mesmo, MAS todas as coisas são possíveis para Deus — conforme Lucas 18:27.

Conclusão:

A que conclusão o doutor da Lei pode chegar? O que Jesus deseja, exatamente, ensinar a ele e a todos nós ao contar essa história? Somos todos pressionados a entender o seguinte:

1. A parábola deixa claro que toda e qualquer tentativa de autojustificação está fadada ao mais completo fracasso. O padrão é elevado demais. A vida eterna não pode ser conquistada ou adquirida.

2. Por outro lado, a parábola nos mostra um padrão ético que devemos procurar alcançar e manter, mesmo que não seja possível concretizá-lo por inteiro. È como o mandamento “Sê perfeito”. É um padrão, mas que não pode ser manifestado em toda sua plenitude, por ser excessivamente alto.

3. Um livro contendo um código de ética como os fariseus estavam desenvolvendo é completamente inadequado.

4. O samaritano, um odiado estrangeiro, demonstra o amor compassivo que a situação requeria; Dessa forma a parábola transforma-se em um agudo ataque contra todo tipo de preconceito seja de uma comunidade ou racial. É esse tipo de preconceito que está guiando o atual primeiro ministro do Estado de Israel a propor a transformação de Israel de uma “democracia” — que não é de fato — num estado puramente racial judeu.

5. Para Jesus, o amor se manifesta em ações práticas acompanhadas ou não de profundos sentimentos de compaixão.

6. A parábola nos supre com uma definição dinâmica de “próximo”. A pergunta “Quem é meu próximo”?,  é transformada em: “ De quem eu preciso me tornar próximo”? A resposta, por sua vez é: de qualquer um que esteja precisando de minha ajuda, mesmo que seja meu inimigo.

7. A soberania de Deus não está limitada pela liderança espiritual da comunidade, seja qual for a mesma. Quando tal liderança fracassa, como aconteceu com o sacerdote e o levita, Deus ainda é soberano para levantar outros agentes para satisfazer seus propósitos.
8. Dois tipos de pecado e dois tipos de pecadores são apresentados na narrativa de Jesus — os ladrões e os líderes religiosos. Os ladrões ferem o homem pelo uso da violência. Os líderes religiosos o machucam pela negligência. A história deixa clara a culpa de todos eles. A oportunidade desperdiçada para se fazer o bem torna-se num mal inominável e terrível.

9. Essa passagem de Lucas também faz uma afirmação acerca da salvação. A salvação alcança o homem ferido por meio de uma custosa e inesperada manifestação de amor compassivo. Nesse meio, parece fazer uma referência ao próprio Salvador. Conforme João 1:11 Jesus veio para os seus, mas foi considerado como um estranho e endemoninhado! Jesus é a própria personificação do estrangeiro rejeitado, e ele não se envergonha de assumir esse papel, que lhe permite surgir, de forma dramática e inesperada na cena, cuidar do homem ferido como o enviado EXCLUSIVO de Deus, com uma custosa demonstração do amor de Deu.



OUTRAS PARÁBOLAS DE JESUS PODEM SER ENCONTRADAS NOS LINKS ABAIXO:

001 – O Sal

002 – Os Dois Fundamentos

003 – O Semeador

004 – O Joio e o Trigo =

005 – O Credor Incompassivo

006 — O Grão de Mostarda e o Fermento

007 — Os Meninos Brincando na Praça

008 — A Semente Germinando Secretamente

009 e 010 — O Tesouro Escondido e a Pérola de Grande Valor

011 — A Eterna Fornalha de Fogo

012 — A Parábola dos Trabalhadores na Vinha

013 — A Parábola dos Dois Irmãos

014 — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 1

014A — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 2

015 — A Parábola das Bodas —

016 — A Parábola da Figueira

017 — A Parábola do Servo Vigilante

018 — A Parábola do Ladrão

019 — A Parábola do Servo Fiel e Prudente

020 — A Parábola das Dez Virgens

021 — A Parábola dos Talentos

022 — A Parábola das Ovelhas e dos Cabritos

023 — A Parábola dos Dois Devedores

024 — A Parábola dos Pássaros e da Raposa

025 — A Parábola do Discípulo que Desejava Sepultar Seu Pai

026 — A Parábola da Mão no Arado

027 — A Parábola do Bom Samaritano — Completo

027A — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 1

027B — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 2 — Os Ladrões e o Sacerdote

027C — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 3 — O Levita

027D — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 4 — O Samaritano

027E — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 5 — O Socorro

027F — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 6 — O transporte até a hospedaria

027G — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 7 — O pagamento final

027H — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 8 — O diálogo final entre Jesus e o doutor da Lei

028 — A Parábola do Rico Tolo —

029 — A Parábola do Amigo Importuno —

030 — A Parábola Acerca de Pilatos e da Torre de Siloé

031 — A Parábola da Figueira Estéril

032 — A Parábola Acerca dos Primeiros Lugares

033 — A Parábola do Grande Banquete

034 — A Parábola do Construtor da Torre e do Grande Guerreiro

035 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 001

036 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 002

037A — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 001

037B — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 002

037C — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 003

037D — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 004 — A Influência do Antigo Testamento

037E — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 005 — Características Cristológicas da Parábola da Ovelha Perdida

037F — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 006 — A importância das pessoas perdidas.

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos. 

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