Essa série pretende
disponibilizar as informações mais importantes acerca de cada um dos 27 livros
que compõem o Novo Testamento. Desde que lançamos nossa série de Introdução ao Antigo
Testamento, muitos leitores têm nos questionando acerca de algum material
semelhante com respeito ao Novo Testamento. Então, aproveitando que iniciamos
uma série de estudos acerca dos manuscritos do Novo Testamento — tecnicamente
chamada de “baixa crítica” — estamos aproveitando a oportunidade para lançar
uma série que trate também do texto do Novo Testamento em si, e da
interpretação geral do mesmo — “alta crítica”.
I. OS EVANGELHOS
A. INTRODUÇÃO GERAL
Desde o princípio da fé cristã os
evangelhos canônicos — os evangelhos que foram aceitos pelos Pais da Igreja
como sendo legítimos — ocupam um lugar de interesse bastante especial no
coração de todos crente verdadeiro.
Os inimigos da fé cristã têm
acusado a Igreja cristã — eles realmente se referem à Igreja Católica Romana —
de ter impedido a aceitação de centenas de outros evangelhos no cânon oficial
do Novo Testamento. Mas tais agressores nunca leram esses evangelhos
alternativos, e por incrível que pareça, nunca lerem sequer os quatro
evangelhos que encontramos no Novo Testamento.
Não é difícil explicar e é mais
fácil ainda entender e aceitar os motivos porque a Igreja Cristã se recusou a
levar á sério essa multidão de documentos. Um único exemplo basta. Esse exemplo
é ótimo, porque existe um consenso entre muitos estudiosos da Bíblia e
especialmente do Novo Testamento, que acreditam que o chamado Evangelho de Tomé
deveria estar dentro do conjunto de livros que compõem o Novo Testamento.
O Evangelho de Tomé é um material
pseudoepigráfico, ou seja, o autor do livro não é quem alega ser. Isso já um
grande problema. Livros pseudoepigráficos são uma volumosa coleção de materiais
produzidos em diversos idiomas durante vários séculos, mas cujo verdadeiro
autor, não é quem o livro apresenta como autor. Normalmente, esses livros
poderiam ser classificados numa espécie de “Biblioteca de Literatura
Fantástica”, que é, por sinal, de onde Hollywood retira a vasta maioria dos
roteiros de seus filmes que falam de demônios, anjos, anjos caídos e coisas do
gênero. Quando a igreja resolveu dispensar esses livros o fez porque os mesmos
não tinham nada que pudesse justificar sua inclusão no Cânon das Sagradas
Escrituras.
Como mencionamos acima, talvez o
exemplo mais marcante que podemos oferecer e um dos meus favoritos é uma
passagem do chamado “Evangelho de Tomé”, um livro sem a mínima condição, mas
que muitos fazem questão de afirmar que o tal evangelho deveria, com certeza,
pertencer ao corpo de Evangelhos do Novo Testamento. De que jeito se o pseudo
autor escreveu pérolas como essa: por favor, note que: Simão = Simão Pedro,
Jesus = o Próprio e Maria = Maria Madalena.
Segue o texto de falso Tomé:
114 Simão Pedro disse a eles: "Maria deveria deixar-nos,
pois as mulheres não são dignas da vida". Jesus disse: "Eu a guiarei
para fazer dela homem, de modo que também ela possa tornar-se um espírito vivo
semelhante a vocês homens. Pois toda mulher que se torna homem entrará no reino
do céu".
Ora isso não passa da mais grossa
misoginia. Como poderiam nossos irmãos permitir que tal idiotice fosse colocada
ao lado da sobriedade de Marcos ou da sublimidade de João? Vamos falar sério.
Creio que esse único exemplo, por
sua relevância, é suficiente para deixarmos de lado todas as malvadas acusações
de que a Igreja proibiu a colocação de dezenas de outros evangelhos por motivos
escusos. Quem tiver tempo que vá ler esses evangelhos para enxergar com toda
clareza por que os mesmos foram deixados de fora.
Mas os quatro evangelhos
canônicos, esse tem um lugar especial na vida e no coração de todo crente
verdadeiro, porque são eles que nos apresentam em seu sentido mais objetivo, a
vida e a obra de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sem esses evangelhos tudo o que
teríamos seria um conjunto de informações periféricas e praticamente sem nenhuma
relevância.
Os quatro Evangelhos canônicos
estão, sem sombra de dúvida, entre as peças literárias mais desconcertantes com
as quais alguém pode entrar em contato. Essa condição é a grande responsável
pela gigantesca discussão em torno de Jesus que faz a alegria dos “estudiosos”
que vira e mexe escrevem e reescrevem velhas mentiras como se fossem grandes
novidades acerca de Jesus. Eles costumam faturar alto com essas alegações, já
muitas vezes recicladas desde os séculos XVII e XVIII em diante.
Todavia, nós podemos afirmar que
as críticas mais contundentes e violentas já foram completamente ultrapassadas
e abandonadas. O próprio blog O Grande Diálogo tem diversos artigos discutindo
essas questões e o leitor pode ficar a vontade para conhecer os argumentos dos
dois lados.
Mesmo assim, ainda queremos discutir alguns aspectos envolvendo os Evangelhos nesse material, especialmente no que diz respeito à FORMA dos mesmos. Isso se faz necessário porque é inegável que os Evangelhos canônicos causaram e continuam causando uma profunda impressão em todos que entram em contato com os mesmos. Como Reformados, cremos na veracidade das Escrituras Sagradas em geral e dos Evangelhos canônicos em particular, ao contrário dos críticos modernos que preferem abordar o texto dos Evangelhos a partir de certos pressupostos. As ideias críticas serão todas avaliadas e, na medida do possível, procuraremos dar uma resposta apropriada a todas as críticas que tenham um mínimo de honestidade intelectual e se baseiem, tanto quanto possível em fatos, e não em especulações vazias inventadas por seus proponentes.
Para nós basta dizer que temos a
mais sólida convicção que foram os próprios evangelhos e não qualquer “fonte”
ou “origem” alegada por muitos estudiosos, que moldou a história cristã.
OUTROS ESTUDOS ACERCA DA INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — PARTE 001 — INTRODUÇÃO GERAL AOS EVANGELHOS — ESTUDO 001
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — PARTE 002 — A FORMA LITARÁRIA DOS EVANGELHOS
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — PARTE 003 — MOTIVOS PORQUE OS EVANGELHOS FORAM ESCRITOS
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — PARTE 004 — O LUGAR OCUPADO PELOS QUATRO EVANGELHOS NO NOVO TESTAMENTO
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — PARTE 005 — A MELHOR FORMA DE ABORDAR OS QUATRO EVANGELHOS
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 006 – INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS — PARTE 001
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 007 – INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS — PARTE 002
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 008 – INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS — PARTE 003
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 009 – INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS — PARTE 004
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 010 – INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS — PARTE 005
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 011 – INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS — PARTE 006
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 012 – INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS — PARTE 007
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 013 — INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS — PARTE 008
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 014 — INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS — PARTE 009
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 015 — INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — MATEUS — PARTE 010 — AUTOR — PARTE 002
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 016 — INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — MATEUS — PARTE 011 — DATA DA COMPOSIÇÃO
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
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Desde já agradecemos a todos.
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