Concepção artística de Cristo orando e os discípulos dormindo
O material abaixo é parte de um livro
escrito por Jonathan Edwards que foi publicado em forma de e-book por:
Fonte: CCEL.org │ Título
Original: “Christ’s Agony”
As citações bíblicas
desta tradução são da versão ACRF (Almeida Corrigida Revisada Fiel).
Tradução por Camila
Almeida │ Revisão William Teixeira
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A AGONIA DE CRISTO
Por Jonathan Edwards
Algumas Citações deste Estudo — PARTE
003
“E, posto em agonia, orava mais intensamente; e o
Seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue que corriam até ao chão.”
– Lucas 22:44 –
Citações deste Sermão
CONTINUAÇÃO
“Isso pode nos ensinar de que maneira devemos
orar a Deus, não de uma forma fria e descuidada, mas com grande seriedade e
comprometimento de espírito, e especialmente quando estamos orando a Deus por
coisas que são de infinita importância, tais como bênçãos espirituais e
eternas. Tais foram os benefícios pelos quais Cristo orou com tão grande clamor
e lágrimas, para que pudesse estar habilitado a fazer a vontade de Deus nessa
grande e difícil obra que Deus lhe havia ordenado, para que Ele não afundasse e
falhasse, mas tivesse a vitória, e assim, finalmente, ser liberto da morte, e
para que a vontade e o propósito de Deus fossem obtidos como fruto de Seus
sofrimentos, na glória de Deus e a salvação dos eleitos.”
“Quando comparecemos diante de
Deus em oração com um coração frio, embotado, e de uma forma sem vida e
apática, orar a Ele por bênçãos eternas, e de importância infinita para nossas
almas, devemos pensar nas fervorosas orações de Cristo, que Ele derramou a
Deus, com lágrimas e um suor sangrento. A consideração disto pode muito bem
fazer-nos envergonhar de nossas maçantes e inertes orações a Deus, em que, de
fato, nós mais pedimos para não sermos ouvidos do que pedimos para ser ouvidos;
pois a linguagem de tal forma de orar a Deus, é que nós não olhamos para o
benefício pelo que nós oramos como de qualquer grande importância, de modo que
é indiferente se Deus nos responde ou não. O exemplo de Jacó em luta com Deus
pela bênção deve nos ensinar a seriedade em nossas orações, mas, sobretudo, o
exemplo de Jesus Cristo, que lutou com Deus em um suor sangrento.”
“Se fôssemos sensíveis como Cristo
era da grande importância desses benefícios que são de consequências eternas,
nossas orações a Deus por tais benefícios seriam de outra maneira do que são
agora. Nossas almas também estariam, em labor intenso e luta, empenhadas neste
dever.”
“Há muitos benefícios que
pedimos a Deus em nossas orações, que são em cada detalhe de tão grande
importância para nós como aqueles benefícios que Cristo pediu a Deus em Sua
agonia eram para ele. Isto é de tão grande importância para nós que
estivéssemos habilitados a fazer a vontade de Deus, e tivéssemos uma obediência
sincera, universal e perseverante aos Seus mandamentos, como foi para Cristo
que Ele não deixasse de fazer a vontade de Deus em Sua grande obra. É de tão
grande importância para nós que sejamos salvos da morte, como era para Cristo
que Ele obtivesse a vitória sobre a morte, e assim fosse salvo dela. É tão
grande e infinitamente de maior importância para nós, que a redenção de Cristo fosse
bem sucedida para nós, como foi para Ele que a vontade de Deus fosse feita, nos
frutos e sucesso de Sua redenção.”
“Estas orações intensas e
fortes clamores de Cristo ao Pai em Sua agonia mostram a grandeza do Seu amor
para com os pecadores. Pois, como foi mostrado, estes fortes clamores de Jesus
Cristo foi o que Ele ofereceu a Deus como uma pessoa pública, na qualidade de
sumo sacerdote, e em nome daqueles de quem era sacerdote. Quando Ele ofereceu
Seu sacrifício pelos pecadores a quem Ele tinha amado desde a eternidade, ele,
além disso, ofereceu orações fervorosas. Seus fortes clamores, Suas lágrimas e
Seu sangue, foram todos oferecidos juntos a Deus, e eles foram todos oferecidos
para o mesmo fim, para a glória de Deus na salvação dos eleitos.”
“Ele clamou a Deus para que
Ele não afundasse e falhasse nesse grande empreendimento, porque se Ele fizesse
isso, os pecadores não poderiam ser salvos, mas todos pereceriam. Ele orou para
que Ele obtivesse a vitória sobre a morte, porque se Ele não conseguisse a
vitória, o Seu povo nunca poderia obter a vitória, e eles não conquistariam
nenhuma outra forma, a não ser por Sua conquista. Se o Capitão de nossa
salvação não houvesse vencido neste doloroso conflito, nenhum de nós teria
vencido, mas teríamos afundado com Ele. Ele clamou a Deus para que Ele fosse
salvo da morte, e se Ele não tivesse sido salvo da morte em Sua ressurreição,
nenhum de nós jamais seria salvo da morte.”
“Foi uma grandiosa visão
contemplar a Cristo no grande conflito em que estava em Sua agonia, mas tudo isto
ocorreu a partir do amor, daquele forte amor que estava em Seu coração. Suas
lágrimas que fluíam de Seus olhos eram de amor; Seu grande suor era de amor; o
Seu sangue, Seu prostrar-se no chão diante do Pai, era por amor; Seu fervoroso
clamor a Deus foi a partir da força e ardor de Seu amor. Isto foi considerado
como única principal forma na qual o verdadeiro amor e boa vontade são
demonstrados entre amigos Cristãos, de um ao outro, que de todo coração orem
uns pelos outros; e é um caminho que Cristo nos direciona para mostrar nosso
amor aos nossos inimigos, mesmo orando por eles. Mateus 5:44: “Eu,
porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem”.
Mas alguma vez já houve qualquer oração que manifestou o amor aos inimigos, a
tal ponto, como os fortes clamores e lágrimas do Filho de Deus pela eficácia de
Seu sangue para a salvação de Seus inimigos; a luta e conflito de cuja alma em
oração foi tal a produzir a Sua agonia e Seu suor sangrento?”
“Se Cristo foi desta forma diligente
em oração a Deus, para que o fim de Seus sofrimentos fosse obter a salvação dos
pecadores, então quanto mais aqueles pecadores deveriam ser condenados por não
buscarem diligentemente a Sua própria salvação! Se Cristo ofereceu tais fortes
clamores pelos pecadores como Seu sumo sacerdote, que comprou salvação deles, que
tem sido feliz desde toda a eternidade sem eles, e não poderia ser mais feliz
por eles, então, quão grande é a insensatez daqueles pecadores que buscam a Sua
própria salvação de uma forma tediosa e sem vigor; que se contentam com uma frequência
formal aos deveres da religião, com Seus corações ao mesmo tempo muito mais
intensamente estabelecidos após outras coisas!”
“Os clamores intensos de
Cristo em Sua agonia podem nos convencer de que não foi sem razão que Ele
insistiu sobre isso, em Lucas 13:24 a forma que devemos nos esforçar para
entrar pela porta estreita, que é, como já foi observado, no original, Ἀγωνίζεσθε — agonízesthe
—“Agonize por entrar pela porta estreita”. Se os pecadores estivessem num
caminho esperançoso para obter Sua salvação, eles deveriam agonizar numa grande
preocupação como homens que estão tomando uma cidade por violência, como em Mateus 11:12: “E, desde os dias de João o Batista até agora,
se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele”.
Quando um corpo de soldados resolutos está tentando tomar uma cidade forte em
que eles se encontram com grande oposição, que conflitos violentos ocorrem ali
antes que a cidade seja tomada! Como os soldados pressionam contra as próprias
bocas dos canhões dos inimigos, e sobre as pontas de Suas espadas! Quando os
soldados estão escalando os muros, e fazendo Sua primeira entrada na cidade,
que luta violenta ocorre entre eles e Seus inimigos que se esforçam para
mantê-los fora! Como eles, por assim dizer, agonizam com toda a Sua força!
Assim nós devemos buscar a nossa salvação, se quisermos estar em um caminho semelhante
para obtê-la. Quão grande é a loucura então daqueles que se contentam em buscar
com um espírito frio e sem vida, e assim continuam de mês a mês, e de ano em
ano, e ainda assim se gabam de que eles serão bem sucedidos!”
“Cristo foi o sujeito de uma
grande provação no momento de Sua agonia; assim Deus está acostumado a
exercitar o Seu povo com grandes provações. Cristo encontrou-se com grande
oposição naquela obra que Ele devia cumprir, assim os crentes semelhantemente
encontraram grande oposição em correr a carreira que está posta diante deles.
Cristo, como homem, tinha uma natureza frágil, que era, em si, muito
insuficiente para sustentar um conflito, ou para suportar tal carga como a que
estava vindo sobre Ele. Assim, os santos têm a mesma natureza humana fraca e,
junto com isso, grandes fraquezas pecaminosas que Cristo não tinha, o que os
colocam sob grandes desvantagens, e aumentam consideravelmente a dificuldade de
Seu trabalho. Essas grandes tribulações e dificuldades que estavam diante de
Cristo, foram o caminho pelo qual Ele devia entrar no reino dos céus; para que
Seus seguidores pudessem esperar que “por muitas tribulações nos importa
entrar no reino de Deus” [Atos dos Apóstolos 14:22]. A cruz
foi para Cristo o caminho para a coroa de glória, e assim ela é para os Seus
discípulos. As circunstâncias de Cristo e de Seus seguidores nessas coisas são
iguais, o Seu caso, portanto, é o mesmo; e, portanto, o comportamento de Cristo
em tais circunstâncias foi um exemplo adequado para eles seguirem. Eles devem
olhar para o Seu Capitão, e observar de que maneira Ele passou por Sua grande
obra, e as grandes tribulações que Ele sofreu. Eles devem observar de que
maneira Ele entrou no reino dos céus, e obteve a coroa de glória, e assim eles
também devem participar da corrida que se coloca diante deles. “Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão
grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de
perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta”
[Hebreus 12:1].”
“Quando os outros estão
dormindo eles devem estar acordados, como foi com Cristo. O tempo de agonia de
Cristo foi de noite, o tempo em que as pessoas tinham o costume de estar
dormindo; foi o tempo em que os discípulos que estavam perto de Cristo estava
dormindo; mas Cristo, nessa ocasião, tinha outra coisa a fazer ao invés de
dormir; Ele tinha um grande trabalho a fazer; Ele manteve-se acordado, com o
coração envolvido neste trabalho. Assim deve ser com os crentes em Cristo;
quando as almas de Seus vizinhos estão dormindo em Seus pecados, e sob o poder
de uma insensibilidade e preguiça letárgicas, eles devem vigiar e orar, e
manter vivo o senso da importância infinita de Suas preocupações espirituais. 1 Tessalonicenses 5:6: ‘Não durmamos, pois, como os demais,
mas vigiemos, e sejamos sóbrios’.”
“O momento em que os outros
estavam dormindo era um momento em que Cristo estava perto de Sua grande obra,
e estava comprometido nisso com todas as Suas forças, agonizante nisso;
conflitante e lutando em lágrimas e em sangue. Assim, os Cristãos devem, com o
máximo de seriedade, remir o Seu tempo, com as almas comprometidas neste
trabalho, passando por meio da oposição que eles encontram nisso, passando por
todas as dificuldades e sofrimentos que existem no caminho, correndo com
paciência a carreira posta diante deles, lutando contra os inimigos de Sua alma
com todas as Suas forças; como aqueles que não lutam contra a carne e o sangue,
mas contra os principados e potestades, e os príncipes das trevas deste mundo,
e hostes espirituais da maldade nas regiões celestiais.”
“Este labor e luta devem ser,
para que Deus seja glorificado, e para que os crentes obtenham a alegria eterna
seguindo o caminho da vontade de Deus. Assim foi com Cristo; pelo que Ele tão
intensamente se esforçou foi para que Ele pudesse fazer a vontade de Deus, para
que Ele mantivesse o Seu mandamento, Seu difícil mandamento, sem falhar nele, e
que desta forma, a vontade de Deus fosse feita, para glória de Seu Eterno
Grande Nome, e para a Salvação de Seus eleitos, que Ele intencionou por meio de
Seus sofrimentos.”
“Cristo ofereceu este preço e
aqueles fortes clamores, os dois juntos; pois ao mesmo tempo em que Ele estava
derramando estes pedidos sinceros pelo sucesso de Sua Redenção na Salvação dos
pecadores, Ele também derramou o Seu sangue. Seu sangue caía no chão no mesmo
instante em que Seus clamores subiam ao céu. Considerem estas coisas,
sobrecarregados e angustiados, pecadores, que estão prontos para duvidar da
eficácia da intercessão de Cristo por tais criaturas indignas como eles, e para
colocar em questão a prontidão de Deus em aceitá-los por causa de Cristo. Vão
para o jardim, onde o Filho de Deus estava em agonia, e onde Ele clamou a Deus
tão intensamente, e onde o Seu suor tornou, por assim dizer, em grandes gotas
de sangue, e depois vejam qual conclusão vocês extrairão de tal visão
maravilhosa.”
“[...] quão intensos os
Cristãos devem ser em Suas orações e esforços pela salvação dos outros. Cristãos
são seguidores de Cristo, e eles deveriam segui-Lo nisso. Percebemos, a partir
do que ouvimos, quão grande foi o esforço e fadiga da alma de Cristo pela
salvação dos outros, e que intensos e fortes clamores por Deus acompanharam
Seus trabalhos. Aqui Ele nos oferece o exemplo. Aqui Ele estabeleceu um exemplo
para os ministros, que devem, como cooperadores de Cristo ter dores de parto
com eles até que Cristo seja formado neles. Gálatas 4:19: “Meus
filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja
formado em vós”. Eles devem estar dispostos a gastarem-se e
serem gastos por eles. Eles devem não apenas se esforçar por eles, e orar
fervorosamente por eles, mas devem, se necessário for, estar prontos para
sofrer por eles, e para gastar não apenas a Sua força, mas o Seu sangue por
eles. 2 Coríntios 12:15: “Eu de muito boa vontade gastarei,
e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais,
seja menos amado”. Aqui está um exemplo para os pais,
mostrando como eles deveriam operar e clamar a Deus pelo bem espiritual de Seus
filhos. Você vê como Cristo se esforçou e lutou e clamou a Deus pela salvação
de Seus filhos espirituais; e vocês não buscarão e clamarão intensamente por
Seus filhos naturais?”
CONTINUA...
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JONATHAN EDWARDS — A AGONIA DE CRISTO — PARTE 011 — APLICAÇÃO 002
UMA BREVE BIOGRAFIA DE JONATHAN EDWARDS
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/08/jonathan-edwards-uma-breve-biografia.html
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/08/jonathan-edwards-uma-breve-biografia.html
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Alexandros Meimaridis
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