quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

AS COISAS NÃO SÃO MESMO COMO SE PARECEM




Tendo morado por longos anos nos Estados Unidos já estou bastante acostumado com as mentiras das elites de que os governos precisam diminuir gastos e aumentar os corte nos impostos daqueles que ganham mais. Não estariam exagerando se dissesse que ouvi coisas assim pelo menos 1 milhão de vezes.

Mas de vez em quando surge uma luz de bom senso no final do túnel. Esse é o caso do livro ”Autserity —  Austeridade” — recentemente publicado pelo cientista político Mark Blyth. A entrevista abaixo foi concedida à revista Carta Capital e é de lá que reproduzimos a mesma:

Economia

Entrevista

O engodo da austeridade

Para o cientista político Mark Blyth, a contenção de gastos públicos é um modo de a elite ludibriar o povo

por Eduardo Graça
 


Mark Blyth

"Austerity", o mais recente livro de Blyth, tem sido muito recomendado por economistas de renome
Professor de ciência política na Brown University, Mark Blyth viu o seu livro mais recente, Austerity – The history of a dangerous idea, ser elogiado por economistas de renome. Na perspectiva de Blyth, as políticas de austeridade são, em última análise, um engodo moralista: apoiam-se na falácia de os excessos consumistas anteriores à crise exigirem agora um ato de penitência supostamente purificador. “O pecado exige penitência”, ironiza.

CartaCapital: Em abril, o economista Dani Rodrik tuitou: “Acabei de ler Austerity. Não é que foi preciso um cientista político para expor a ilusão dos economistas?” Por que é tão difícil para os economistas do mainstream concordarem com a premissa do perigo da austeridade?

Mark Blyth: A austeridade é uma ideia igualmente sedutora, por três razões. A primeira é o senso comum. Se você tem uma vida grande, pare de gastar e ela se reduzirá. A segunda é o aspecto moralista, ao defender que o esbanjador pague pelos excessos. O pecado exige penitência. A última é o preconceito com a ideia de o Estado poder gastar. Quando o setor privado gasta, leem-se produção, investimento. Quando o estímulo se dá via setor público, a tradução é invariavelmente desperdício. A ideia de o Estado assumir o papel de investidor diante de uma iniciativa privada que gasta menos é simplificada pela mensagem de que se 
está automaticamente trocando dinheiro bom por ruim.

CC: Para o senhor, as três premissas estão erradas, não?

MB: Sim. E exatamente por isso fazem da austeridade uma ideia tão perigosa. Vamos começar pelo primeiro tópico: dívida pública não é em nada parecida com a privada. Os Blyth, por exemplo, não precisam importar gente, imigrantes, para o nosso núcleo familiar e taxar seus descendentes por cinco gerações, enquanto criam papéis apostando contra seus futuros pagamentos de imposto, os quais, por sua vez, poderão ser vendidos em mercados secundários. Quando Estados dividem uma mesma moeda, como na Comunidade Europeia, e decidem pagar as dívidas ao mesmo tempo, acabam por reduzir a renda de todos os indivíduos. Com o colapso dos gastos e do consumo, a dívida aumenta em relação ao PIB. Por isso, os países que investiram mais nas medidas de austeridade fiscal, como Portugal e Espanha, se veem no paradoxo de ter uma dívida maior do que aquela de antes dos pacotes de arrocho fiscal.

CC: Na Europa há a ideia de que quem não fez o seu dever de casa precisa agora naturalmente pagar a conta do banquete.

MB: A austeridade como lição de moral ignora o fato de que é manifestamente impossível se endividar em excesso se não houver também empréstimo em excesso. A razão pelas quais o endividamento dos 34 países membros da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico ter explodido em 2008 foi o preço do resgate do setor financeiro global, dos bancos. Ou seja, de quem emprestava dinheiro, não de quem se endividava. Os bens e a renda daqueles que detinham a maioria dos bens e da renda nessas respectivas economias foram salvos enquanto os custos da operação eram passados ao restante da população, pagadora de impostos. A moral, neste caso, foi pervertida. A história de os países do Norte da Europa terem feito o dever de casa é mal contada. O que essas economias fizeram foi achatar os postos de emprego por uma década e exportar cada vez mais, com a reciclagem dos excedentes com os países do Sul transformados em crédito para se comprar mais bens produzidos no Norte.

CC: O senhor foi acusado de ser “neocomunista” ao afirmar que a austeridade seduz as elites por oferecer justificativa ideológica para o grosso da sociedade pagar pelos excessos dos mais ricos.

MB: Não há nada de comunista em se detectar o óbvio. O corte dos serviços públicos nada mais é do que a conta da debacle do setor financeiro passada para o restante da população. A dívida privada transformou-se em pública e a população paga até hoje pelos erros de quem emprestou sem poder fazê-lo. Quem poderia absorver a pancada foi protegido, enquanto quem não pôde pagar a própria conta passou a ter de arcar também com as despesas do setor financeiro. É uma operação clássica de fraude econômica: uma elite minúscula passou a perna no povo, algo como a clássica armadilha comercial, uma isca é oferecida e espera-se que o cliente não perceba a malandragem. Mas, agora, ela foi feita em larga escala, como jamais anteriormente. A lógica é a mesma em relação ao argumento de que mais dívida pública significa que os jovens pagarão pelos erros das gerações anteriores. Basta pensar que se aos jovens fosse oferecida a opção de se pagarem mais impostos no futuro como contrapartida para evitar a pobreza no presente (o custo imposto pela austeridade), a grande maioria toparia o toma lá dá cá sem pestanejar. Se há algo de comunista nessa história, ele foi aplicado exclusivamente para os ricos. O grosso da população ficou com o capitalismo mesmo.

CC: E a ideia de o Estado ser um péssimo investidor?

MB: É igualmente falsa. E comprovada, tragicamente, pelos acontecimentos no Sul da Europa, com multiplicadores negativos agudos como cortes de 1 dólar de gasto público representando perda de 1,50 a 1,70 dólar de consumo final. Matematicamente, se há um negativo, é preciso haver um positivo, ou seja, o contrário é igualmente e exatamente verdadeiro. O setor público precisa, em tempos de crise, limitar o multiplicador negativo. Cortes públicos aumentam a dívida, gastos a diminuem, na medida em que não há colapso do crescimento econômico. O que é verdadeiro para um indivíduo não o é para a economia.

CC: No Brasil, alguns economistas anunciam o fim do modelo de crescimento baseado em estímulos públicos e programas sociais. E pregam a austeridade como solução.

MB: Estão terminantemente errados. A dívida brasileira é relativamente pequena em relação ao PIB e tem caído. O Bolsa Família, se pensarmos exclusivamente em termos de gastos públicos, é um sucesso. A questão legítima a se perguntar, e me parece estar no centro das exigências dos manifestantes, é por que políticos ditos de esquerda estão mais preocupados com a construção de hotéis e estádios para a Copa do Mundo e as Olimpíadas do que em investir na melhora dos serviços públicos? Serviços, aliás, bancados pelos altos impostos pagos. O Brasil deveria ter resolvido essas questões antes de embarcar em um furacão de gastos em construções a ser usadas a conta-gotas depois de 2016. Mas não há saída para o Brasil: para crescer mais o País precisa de um consumo doméstico ainda maior, mais do que em investir na exportação de matéria-prima. O melhor caminho agora é subsidiar o transporte e a educação para a população ter mais capital para o consumo. Do ponto de vista econômico, estão certíssimos aqueles que saem às ruas e exigem transporte público e educação mais baratos e de melhor qualidade. Os economistas que defendem a austeridade e a diminuição dos gastos públicos no Brasil estão errados.

CC: O Japão responde melhor à questão neste momento, com a política de estímulo ao crescimento proposta por Shinzo Abe?

MB: Após duas décadas de deflação e estagnação, o Japão finalmente tenta encontrar uma saída. Mas os japoneses têm um problema sério, desde os anos 1980, gerado pela migração das corporações nipônicas para a periferia da Ásia em busca de mão de obra barata. A trajetória do Japão é um exemplo clássico da falácia de que o que é racional e bom para as corporações seria também para os japoneses. Sem instituições de bem-estar social fortes, os japoneses saíram às compras, foram adquirir imóveis para se assegurarem, e a bolha do fim dos anos 1980 derrubou a maior parte do setor financeiro local. Depois de 20 anos, a população resiste a tirar a mão do bolso e tem horror à imigração, o que complica a proposta do primeiro-ministro Abe. Há ainda o aparecimento, nos últimos meses, de políticas econômicas muito mais afáveis defendidas por bancos centrais em todo o globo. E no encontro recente do G-8, um esforço para a criação de impostos corporativos globais, além da impossibilidade de o mundo todo entrar em uma espiral de desvalorizações. Tudo isso mostra que a história da próxima década deverá ser de impostos mais altos e mais inflação para se reduzir a dívida.

CC: A declaração de Ben Bernanke, de que o Federal Reserve gradualmente modificará sua política monetária, complicou a vida dos emergentes. O que esperar dos novos ventos do Fed?

MB: Se a política de flexibilização quantitativa, de compra de ativos no mercado, tinha como objetivo manter os ativos sobrevalorizados na esperança de os fundamentos da economia se adaptarem à nova realidade, ela funcionou apenas parcialmente. A maioria dos ganhos foi observada, como de praxe, no topo da distribuição de renda (quem tinha ações, por exemplo). As economias, especialmente as europeias, seguiram com a miragem das políticas autoderrotistas de austeridade. Os Estados Unidos cortaram bem menos gastos públicos do que a Europa, e a economia americana voltou a crescer. É lógico encerrar a experiência com a flexibilização quantitativa. Haverá um crash, mas não tão terrível quanto as pessoas parecem prever.

Para Meditar nas graves injustiças sociais dos nossos dias:

Eclesiastes 5:8

Se vires em alguma província opressão de pobres e o roubo em lugar do direito e da justiça, não te maravilhes de semelhante caso; porque o que está alto tem acima de si outro mais alto que o explora, e sobre estes há ainda outros mais elevados que também exploram.

Eclesiastes 7:7

Verdadeiramente, a opressão faz endoidecer até o sábio, e o suborno corrompe o coração.

Isaías 10:1

Ai dos que decretam leis injustas, dos que escrevem leis de opressão.

Isaías 30:12—13

12 Pelo que assim diz o Santo de Israel: Visto que rejeitais esta palavra, confiais na opressão e na perversidade e sobre isso vos estribais,

13 portanto, esta maldade vos será como a brecha de um muro alto, que, formando uma barriga, está prestes a cair, e cuja queda vem de repente, num momento.

Isaías 33:15—16

15 O que anda em justiça e fala o que é reto; o que despreza o ganho de opressão; o que, com um gesto de mãos, recusa aceitar suborno; o que tapa os ouvidos, para não ouvir falar de homicídios, e fecha os olhos, para não ver o mal,

16 este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio, o seu pão lhe será dado, as suas águas serão certas.

Ezequiel 18:10—13

10 Se ele gerar um filho ladrão, derramador de sangue, que fizer a seu irmão qualquer destas coisas

11 e não cumprir todos aqueles deveres, mas, antes, comer carne sacrificada nos altos, contaminar a mulher de seu próximo,

12 oprimir ao pobre e necessitado, praticar roubos, não tornar o penhor, levantar os olhos para os ídolos, cometer abominação,

13 emprestar com usura e receber juros, porventura, viverá? Não viverá. Todas estas abominações ele fez e será morto; o seu sangue será sobre ele.

Que Deus abençoa a todos.

Alexandros Meimaridis

PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no facebook através do seguinte link:

Desde já agradecemos a todos.

10 comentários:

  1. Embora jamais tenha utilizado qualquer benefício social voltado aos excluídos sociais, embora tenha sido nascido e crescido nesse rol, sou totalmente favorável aos gastos públicos, que visem diminuir a miséria e o grande fosso social e econômico, que separa os brasileiros.
    De fato, a falácia da austeridade pregada pelos economistas de plantão das elites, jamais se manifestaram, quando os bancos foram socorridos, por exemplo, no governo FHC através do PROER(Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional). Mas, quando o Erário é aberto para dar o mínimo de dignidade aos excluídos, então, isso vira um problema de descontrole fiscal do Estado?

    Claro que é uma aberração um país como o nosso gastar tantos bilhões na construção de estádios, quando há tantas áreas essenciais não atendidas pelo Estado. Isso sim é populismo. Atender o que o povo quer, e não o que ele precisa.

    Aqui mesmo em Brasília, o Estádio Mané Garrincha custou 1,4 bilhões de reais, mesmo que seus melhores times de futebol estejam na série D do campeonato brasileiro de futebol.
    Nesse mesmo ínterim, pessoas morrem à míngua nas filas dos hospitais da Capital Federal, e escolas deixam de iniciar o ano letivo na data prevista por falta de carteira escolar e falta de livros didáticos, como aconteceu entre 2010 a 2013.
    Esses gastos é que deveriam ser ferozmente atacados pelos economistas elitistas de plantão. Ou será que alguém tem dúvida, que teremos um elefante branco em Brasília ao custo de 1,4 bilhões?


    PS.: Fui vendedor de dindin(geladinho), picolé, pão(em domicílio às madrugadas); servente de pedreiro, oleiro, auxiliar de farmácia, soldado e oficial da Polícia Militar do Distrito Federal. Pelo difícil histórico sócio-econômico, tive que fazer supletivo do ensino médio em casa, fazendo apenas o exame intelectual em uma escola pública. Atualmente estudante(não cotista) de Ciências Contábeis na UnB(Universidade de Brasília), embora seja negro, bisneto de um índio com uma negra.

    É quase certo que, quem acusa o Estado de perdulário, por gastar com auxílio aos desvalidos, não sabe nada sobre o que eu passei. E nem de longe me considero o mais desprivilegiado dos brasileiros. Há gente que conheço Brasil afora, que acredita e propaga que sou rico, tamanha é a desgraça, que os críticos dos gastos sociais desconhecem.

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    1. Caro Joel,

      Muito obrigado por abrir teu coração e emocionar a mim e todos que irão ler teu testemunho.

      Tuas sóbrias palavras são de um verdadeiro profeta de Deus, diante de tantos crimes e injustiça que você mencionou em tuas breves palavras.

      Que Deus te abençoe, abençoe teus estudos e te dê sempre essa luz intensa que brilha em meio as absurdas trevas, especialmente da ignorância, em que nos encontramos nos dias de hoje.

      Grande abraço fraterno,

      Irmão Alex.

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    2. Irmão Alex,

      Quero compartilhar uma vitória familiar.

      Mesmo com meu passado social de exclusão e grandes dificuldades, hoje, dia 10 de janeiro de 2014, Deus me deu uma grande alegria, com minha filha sendo aprovada no Programa de Avaliação Seriada(PAS) da UnB, para o curso de Engenharia de Redes de Comunicação, uma área do conhecimento em ascensão nesses tempos de efervescência tecnológica.
      O PAS, diferente do vestibular tradicional, é uma avaliação dividida em três etapas anuais, durante as três séries do ensino médio. O que é mais justo, pois logra êxito, exatamente os alunos que são mais aplicados.
      Agradeço a Deus por ter me agraciado com minha primogênita, que só me deu alegrias, que espero, sejam para o resto da vida. Amém.

      Que os filhos dos servos de Deus sejam bênçãos para a sociedade em todas as searas. É o meu desejo.

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    3. Caro irmão Joel,

      Meus parabéns pelas conquistas de sua filha. Isso prova a graça de Deus em nossas vidas, mesmo que muitos não estejam, dispostos a reconhecer a mesma.

      Minha filha caçula apresentou o TCC dela na última quinta feira e foi aprovada e com isso ela terminou seu curso de graduação em Estudos de Mídia na Universidade Federal Fluminense, que imagino deve ser algo muito parecido com o que sua filha irá cursar.

      E assim vamos seguindo. Dia 2 de Janeiro nasceu nossa primeira neta - Helena - uma gracinha e oramos desde já para que venha a conhecer e se entregar ao Senhor Jesus tão logo tenha consciência para tal.

      Mais uma vez parabéns e mande um grande abraço para sua filha de quem estará aqui torcendo e orando pelos estudos dela.

      Abraço fraterno,

      Irmão Alex

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    4. Irmão Alex,

      Fico feliz pelo sucesso acadêmico de sua filha. Uma verdadeira bênção para a sociedade.

      Minha irmã, que é policial federal, também terminou de apresentar agora em 2013 o TCC dela em Palmas na graduação de Direito, na Universidade Federal de Tocantins, cidade onde ela é lotada, e o mais importante, congrega na 2ª Igreja Batista em Palmas(SIBAPA), onde também louva a Deus com o precioso dom de cantora, tendo recusado inúmeras e cansativas vezes a insistência para que gravasse um CD. Também não vejo necessidade.

      Que nossos filhos e demais parentes sejam sempre motivo para que o mundo tenha desejo de conhecer o Deus de graça, que servimos.

      "E todos os teus filhos serão ensinados do SENHOR; e a paz de teus filhos será abundante." Isaías 54.13

      Amém.

      Em Cristo,

      Joel.

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    5. Irmão Alex,

      Embora não pretenda seguir carreira eclesiástica, mas pretendendo cursar teologia e, levando em conta sua vasta experiência acadêmica nessa seara, gostaria de saber sua opinião sobre a contribuição da formação acadêmica em Filosofia para a Teologia.
      É que, fui selecionado no último ENEM/2013 para uma vaga em Filosofia na UnB(Universidade de Brasília). Havia dito à minha esposa que, se fosse selecionado para esse curso, abandonaria a graduação de Ciências Contábeis, que curso na mesma instituição.

      Como disse, não pretendo carreira eclesiástica, mas sinto extrema necessidade de me aprofundar no conhecimento da Palavra de Deus, e penso que seria bom cursar Teologia aliada à formação filosófica em nível de graduação ou licenciatura.

      Se puder contar com sua opinião, que tem autoridade sobre o tema, ficaria muito grato.

      De antemão, agradeço-o.

      Joel.

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    6. Caro Joel,

      Obrigado por compartilhar coisas boas que alegram nossos coração.

      Deus te abençoe e mande um grande abraço para tua irmã.

      irmão Alex.

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    7. Caro Joel,

      Perguntas, perguntas.

      1. Por que você estava cursando ciências contábeis?

      2. Se não me engano você é militar. Pretende seguir na carreira até o final?

      3.É sempre louvável desejar estudar teologia, especialmente quando não se pretende seguir nem carreira pastoral nem acadêmica.

      4. O curso de filosofia pode se integrar bem com o de teologia, especialmente na área de Teologia Sistemática. Se tiver uma oportunidade dê uma olhada na Teologia Sistemática de Charles Hodge.

      Todavia devo adverti-lo que o curso de filosofia também poderá representar um laço para tua fé se você não estiver firmemente alicerçado na fé. Eu creio que você está pelas coisas que me escreve.

      Mas saiba que existem muitos demônios nos cursos de filosofia, de psicologia e de sociologia cujo único propósito é identificar os crentes e tentar destruir a fé dos mesmos ou, no mínimo, atrapalhar ao máximo os estudos.

      Se tiver uma chance procure conhecer o corpo docente. Veja se existe alguém que seja crente. Note também a existência de católicos que estão completamente influenciados pelo escolasticismo. Também existem professores que estão muito engajados no movimento gay e os três filósofos mais importantes da atualidade, todos franceses, eram todos homossexuais assumidos. Assim num ou outro curso você irá bater de frente com ideologias pouco ortodoxas e muito desafiadoras.

      Mais aqui vai o mais importante: ore, ore bastante e procure saber qual é a vontade de Deus nisso tudo e faça a vontade do Senhor.

      Que Deus te abençoe.

      Abraço fraterno,

      irmão Alex.

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    8. Pois bem.

      1. Ciências Contábeis, era um sonho antigo.
      2. Sou tenente reformado da PMDF, em razão de problemas de saúde.
      3. A minha pretensão com Ciências Contábeis, era ou é(estou indeciso), a de seguir carreira pública na área fiscal, ou ainda ser perito criminal da polícia civil do Distrito Federal.
      4. Quanto aos riscos de frequentar um ambiente acadêmico como o curso de filosofia, em especial na UnB, onde há todos esses riscos a que o senhor se referiu, tenho consciência desse perigo, e tenho procurado buscar conhecimento científico, com o fito de fundamentar minha Fé, para que não seja apenas um prosélito nesse meio, que concordo com o senhor, é realmente uma areia movediça, onde muitos saíram de lá completamente desviados.
      E é verdade que, há mesmo verdadeiros demônios incorporados no corpo docente desses cursos.
      Em especial na UnB, é de fato difícil para um cristão, conviver nesse ambiente das ciências humanas, principalmente nas três citadas pelo senhor, filosofia, psicologia e sociologia.
      Na UnB, o sentimento anticristão é tão forte que, nas obras obrigatórias para os alunos do PAS(Programa de Avaliação Seriada), uma me chamou a atenção, é o livro "Porque não cristão" de Bertrand Russell. Um verdadeiro disparate para uma comunidade acadêmica, que vive a berrar por um Estado laico. Particularmente, estou pensando em entrar com uma ação judicial contra a obrigatoriedade desse livro, a menos que eles coloquem no mesmo rol, um livro no mesmo nível de "Porque sou cristão", ou qualquer outro livro-antítese nesse sentido.

      Voltando à formação acadêmica em teologia, tenho consciência também que, mesmo esse curso já é algo bastante desafiador para a Fé. Não é à toa que vemos inúmeros teólogos desviados da Verdade do Evangelho de Cristo. Aliás, um número cada vez mais crescente.

      MUITÍSSIMO OBRIGADO por sua prestimosa e sempre abalizada opinião.

      Vou pensar(muito mesmo) a respeito disso.

      Em Cristo,

      Joel.

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    9. Caro Joel,

      Como esperado, você demonstra a sabedoria divina em tuas palavras. Eu tenho certeza e fico tranquilo quanto a decisão que irá tomar, porque sei que a mesma sera tomada apenas depois de muita oração. Aí você terá certeza da direção de Deus para tua vida.

      Quanto ao estudo da teologia, hoje, com a internet e possível fazer muitos bons cursos, inclusive reconhecidos pelo MEC, à distância ou com uma presença mínima de 1 semana por semestre e etc.

      Se quiser posso indicar algumas escolas para você. Como já tem o terceiro grau, geralmente as exigências são menores e mais flexíveis para esse candidatos. E com tua maturidade creio que não terás nenhuma dificuldade em ingressar em uma boa faculdade ou mesmo um centro de pós graduação, já que costumam aceitar alunos com graduação, mesmo em outras área.

      Grande Abraço,

      Irmão Alex

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